2 Eu estarei posto no lugar da minha sentinela e firmarei o pé sobre as fortificações; e pôr-me-ei alerta para ver o que se me diga e o que hei de responder ao que me repreenda.
2 Então me respondeu o Senhor e me disse: Escreve o que vês e expõe-no com toda a clareza; para que se possa ler correntemente.
3 Porque a visão ainda está longe, mas enfim ela aparecerá e não faltará; se se demorar, espera-o; porque infalivelmente virá e não tardará.
4 Eis aí está que o que é incrédulo, não terá a alma reta em si mesmo; mas o justo viverá na sua fé.
5 E assim como o vinho engana a quem o bebe com excesso; assim será o homem soberbo, que ficará sem honra; o qual dilatou como o inferno a sua alma; e ele é como a morte, que se não farta; e congregará para si todas as gentes e amontoará a si todos os povos.
6 Mas acaso não virá ele a ser a fábula de todos estes e a conversação dos seus enigmas? E se dirá: Ai daquele que acrescenta o que não é seu; até quando amontoa ele também contra si o denso lodo?
7 Acaso não se levantarão de repente os que te mordam; e não despertarão os que te despedacem; e não serás a presa deles?
8 Porquanto tu despojaste a muitas gentes, despojar-te-ão todos os que restarem dos povos por causa do sangue dos homens, e pelo agravo da terra da cidade, e de todos os que habitam nela.
9 Ai daquele que ajunta bens por uma avareza criminosa, para estabelecer a sua casa, a fim de que esteja em lugar alto o seu ninho, e que julga livrar-se da mão do mal.
10 Tu pensaste confusão para a tua casa, tu arruinaste a muitos povos, e a tua alma caiu no pecado.
11 Porque a pedra clamará da parede contra ti; e o madeiramento que serve de travessão ao edifício, responderá.
12 Ai daquele que edifica uma cidade em sangue de muitos, e funda as suas muralhas na iniquidade.
13 Acaso não vêm estas coisas do Senhor dos exércitos? Porque os povos trabalharão com muito fogo; e as gentes em vão, e assim se fatigarão.
14 Porque a terra se encherá, como o mar está coberto das suas águas, a fim de que eles conheçam a glória do Senhor.
15 Ai daquele que dá a beber a seu amigo misturando ali o seu fel, e que o embebeda para ver a sua nudeza.
16 Tu foste cheio de ignomínia, em lugar de glória! Bebe tu também; e fica sopito! Cercar-te-á o cálice da direita do Senhor, e um vômito de ignomínia cairá sobre tua glória.
17 Porque a iniquidade executada contra o Líbano recairá sobre ti, e os estragos dos animais espantarão os teus povos por causa do sangue dos homens, e das injustiças cometidas na terra, e na cidade, e contra todos os que habitavam nela.
18 De que serve a estátua, quando o seu privativo artífice é que a fabricou, sendo ela um simulacro, e uma imagem falsa? Ainda assim o seu opífice [obreiro] esperou na sua obra, nos ídolos mudos que formou.
19 Ai daquele que diz ao pau: Esperta! À pedra muda: Levanta-te! Porventura poder-lhe-á ela ensinar alguma coisa? Vê que ela está coberta de ouro e de prata, e nas suas entranhas não há Espírito algum.
20 Porém o Senhor está no seu santo templo; cale-se toda a terra diante dele.
Há imagens desse capítulo, visualizadas através do Google - Pesquisa de livros, nas seguintes bíblias: Padre Antonio Pereira de Figueiredo edição de 1828 | Padre João Ferreira A. d’Almeida, edição de 1850 | A bíblia em francês de Isaac-Louis Le Maistre de Sacy, da qual se serviu Allan Kardec na Codificação. Veja também: Hebrew - English Bible — JPS 1917 Edition; La Bible bilingue Hébreu - Français — “Bible du Rabbinat”, selon le texte original de 1899; Parallel Hebrew Old Testament by John Hurt.