Página recebida durante a reunião com amigos de oração em benefício das vítimas do Edifício Joelma, situado na capital paulista. Uberaba (MG), 18 de fevereiro de 1974.
Senhor Jesus…
Auxilia-nos, perante os companheiros impelidos à desencarnação violenta, por força das provas redentoras.
Sabemos que nós mesmos, antes do berço terrestre, suplicamos das Leis divinas as medidas que nos atendam às exigências de refazimento espiritual.
Entretanto, Senhor, tão encharcado de lágrimas se nos revelam, por vezes, os caminhos do mundo, que nada mais conseguimos realizar, nesses instantes, senão pedir-te socorro para atravessá-los de ânimo firme.
Resguarda em tua assistência compassiva todos os nossos irmãos surpreendidos pela morte, em plena floração de trabalho e de esperança e acende-lhes nos corações, aturdidos de espanto e retalhados de sofrimento, a Luz divina da imortalidade oculta neles próprios, a fim de que a mente se lhes distancie do quadro de agonia ou desespero, transferindo-se para a visão da vida imperecível.
Não ignoramos que colocas o lenitivo da misericórdia sobre todos os processos da Justiça, mas tocados pela dor dos corações que ficam na Terra, tantos deles tateando a lousa ou investigando o silêncio, entre o pranto e o vazio, aqui estamos a rogar-te alívio e proteção para cada um!…
Dá-lhes a saber, em qualquer recanto da fé ou pensamento a que se acolham, que é assim que nos levantamos de nossas próprias inquietações e perplexidades, [a cada dia,] a fim de continuarmos e recomeçarmos, sustentar-nos e valorizar-nos as lutas de nossa evolução e aperfeiçoamento, no rumo da vida maior que a todos nos aguarda, nos Planos da união sem adeus.
E, enquanto o buril da provação esculpe na pedra de nossas dificuldades, conquanto as nossas lágrimas, novas formas de equilíbrio e rearmonização, embeleza mento e progresso, engrandece em teu amor aqueles que entrelaçam providências no amparo aos companheiros ilhados na angústia.
Agradecemos-te, ainda, a compreensão e a bondade que nos concedes em todos os irmãos nossos que estendem os braços, cooperando na extinção das chamas da morte; que oferecem o próprio sangue aos que desfalecem de exaustão; que umedecem com o bálsamo do leite e da água para os lábios e para as gargantas ressequidas que emergem do tumulto de cinza e sombra; que socorrem nos feridos e mutilados para que se restaurem; e os que pronunciam palavras de entendimento e paz, amor e esperança, extinguindo a violência no nascedouro.
Senhor Jesus!…
Confiamos em ti e, ao entregarmo-nos em tuas mãos, ensina-nos a reconhecer que fazes o melhor ou permites se faça constantemente o melhor em nós e por nós hoje e sempre.
Emmanuel
[1] O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes], publicada originalmente em 1974 pela editora GEEM e está no 25º capítulo do livro “Diálogo dos vivos.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.