Compadecei-vos de quantos se consagram a instilar a peçonha da crueldade nos corações alheios, porque toda perseguição nasce da alma desventurada que a invigilância entenebreceu.
Monstro invisível, senhoreando ideias e sentimentos, é qual fera à solta, transpirando veneno, a partir das próprias vítimas que transforma em carrascos.
Quase sempre, surge naqueles que vascolejam o lixo da maledicência, buscando o lodo da calúnia para as telas do crime, quando não se levanta do charco ignominioso da inveja para depredar ou ferir.
De qualquer modo, gera alienação e infortúnio naqueles que lhe albergam as sugestões, escurecendo-lhes o raciocínio, para arrebatá-los com segurança ao cárcere da agonia moral no inferno do desespero.
Ventania de lama, espalha correntes miasmáticas com o seu hálito de morte, agregando elementos de corrosão em todos os que lhe ofertam guarida.
É por isso que, ante os nossos perseguidores, é preciso acender a flama da caridade, a fim de que se nos não desvairem os pensamentos, espancados de chofre.
Olhos e ouvidos empenhados à sombra dessa espécie são rendição ao desânimo e à delinquência, à deserção e à enfermidade.
Eis porque, Jesus, em seu amor e sabedoria, não nos inclinou a lutar contra semelhante fantasma, induzindo-nos à bênção da compaixão, qual se fôssemos defrontados pela peste contagiante.
[Assim pois, perseguidos,] no mundo, mantenhamo-nos constantes no trabalho do bem a realizar, e, ao invés do gládio da reação ou do choro inútil da queixa, aprendamos, cada dia, entre o perdão e o silêncio, a orar e esperar.
Emmanuel
[1] Essa mensagem, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes] foi publicada pela FEB no Reformador em outubro de 1958 p. 233, e é também a 114ª lição do 1º volume do livro “O Evangelho por Emmanuel.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.