A provação é um desafio que poucos suportam, lição que raros aprendem [e tesouro que não se recebe facilmente.]
Depois de regulares períodos de paz e ordem, a alma é visitada pela provação que, em nome da Sabedoria Divina, lhe afere os valores e conquistas.
Raros, porém, são aqueles que a recebem dignamente.
O impulsivo, quase sempre, converte-a em [crime ou] falta grave.
O impaciente faz dela a escura paisagem do desespero, onde perde as melhores oportunidades de servir.
O triste desvaloriza-lhe as sugestões e dorme sobre as probabilidades de autossuperação, em longas e pesadas horas de choro e desalento.
O ingrato transforma-a em calhau com que apedreja o nome e o serviço de companheiros e vizinhos.
O indiferente foge-lhe aos avisos como quem escapa impensadamente da orientadora que lhe renovaria os destinos.
O leviano esquece-lhe os ensinamentos e perde o ensejo de elevar-se, por sua influência, a planos mais altos.
O espírito prudente, entretanto, recebe a provação qual o oleiro que encontra no fogo o único recurso para imprimir solidez e beleza ao vaso que o gênio idealiza.
Se a tempestade purifica a atmosfera e se o fel, por vezes, é o exclusivo medicamento da cura, a provação é a porta de acesso ao engrandecimento espiritual.
Só aqueles que a recebem por esmeril renovador conseguem extrair-lhe as preciosidades [divinas.]
É por isso que nem todos os aflitos podem ser bem-aventurados, ( † ) de vez que, somente aproveitando a dor para a materialização consistente de nossos ideais e de nossos sonhos, é que se nos fará possível encontrar a alegria triunfante do aprimoramento em nós mesmos, a que somos todos chamados pela vida comum, nas lutas de cada dia.
Emmanuel
[1] Essa mensagem, diferindo bastante nas palavras marcadas e [entre colchetes] foi publicada em junho de 1954 pela FEB no Reformador e é também a 25ª lição do 1º volume do livro “O Evangelho por Emmanuel.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.