Depois da morte do corpo:
A frase amiga que houvermos proferido no estímulo ao bem será um trecho harmonioso do cântico de nossa felicidade.
A opinião caridosa que formulamos acerca dos outros converter-se-á em recurso de benignidade da Justiça Divina, no exame de nossos erros.
O pensamento de fraternidade e compreensão com que nos recordamos do próximo transformar-se-á em fator de nosso equilíbrio.
O gesto de auxílio aos irmãos de nosso caminho oferecer-nos-á farta colheita de alegria.
Mas, igualmente, além do túmulo:
A maledicência que partiu de nossa boca será espinheiro a provocar-nos dilacerações de ordem mental.
A nossa indiferença para com as amarguras do próximo nos aparecerá por geada desoladora.
A nossa preguiça surgirá por gerador de inércia.
A nossa possível crueldade exibirá, na tela de nossas consciências, a constante repetição dos quadros deploráveis de nossos delitos e de nossas vítimas, compelindo-nos à [aflitiva] demora em escuras paisagens purgatoriais.
A morte é o retrato da vida.
A verdade revelará na chapa do teu próprio destino as imagens que estiveres criando, sustentando e movimentando no campo da existência.
Se desejas alegria e tranquilidade, além das fronteiras de cinza do sepulcro, semeia, enquanto é tempo, a luz e a sabedoria que pretendes recolher, nas sendas da ascensão espiritual.
Hoje — plantação, segundo a nossa vontade.
Amanhã — seara, conforme a Lei.
Se agora cultivamos a treva, decerto encontraremos, depois, a resposta respectiva.
Se, porém, semearmos o amor e a simpatia onde nos encontramos, indiscutivelmente, mais tarde, penetraremos a luz e a beleza da imortalidade vitoriosa.
Emmanuel
[1] O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original e seu conteúdo, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes], foi publicado em 1983 pela editora GEEM e é a 27ª lição do livro “Mais Perto.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.