Homem algum possui consigo recurso bastante para redimir o mundo, mas todos nós guardamos conosco possibilidades suficientes para a regeneração de nós mesmos.
Não te esqueças da hora que passa, convocando-te às construções do Espírito.
O patrimônio real de cada um é aquele que se constitui de nossas próprias obras.
E tudo aquilo que nos rodeia, quando nos achamos na encarnação terrestre, seja riqueza ou indigência, dor ou felicidade, plenitude ou escassez, no círculo das circunstâncias a que o renascimento nos arroja, não passa de material didático, objetivando-nos a educação [ou aprimoramento moral] para a vida imperecível.
Não te descures do tempo, a força aparentemente inerte, susceptível de oferecer-nos os meios necessários para a ação edificante.
Com os dias, algo produzimos.
Enquanto o lavrador diligente prepara colheitas de prosperidade e alegria, aquele outro que cruza os braços, à frente do arado, forma cristalizações de indiferença que induzem à penúria.
Enquanto o aprendiz da sabedoria avança para diante, traçando sendas [iluminadas] de acesso ao Infinito, o estudante vadio coagula as sombras, ao redor do degrau em que a vida o situa, demorando-se na estagnação [da ignorância].
Resguarda o próprio corpo, por abençoado instrumento de elevação.
Através dele, se queres, é possível amealhar os valores da espiritualidade [vitoriosa], alcançar a paz íntima, recolher as bênçãos do Céu e refletir a Divina Vontade, enriquecendo-te, cada vez mais, pela extensão crescente das próprias faculdades, na compreensão do próprio caminho.
Busquemos mais luz.
Quando o Mestre nos recomendou nos fizéssemos crianças, perante a Lei, ( † ) não se propunha reter-nos na ingenuidade ou na incultura. Procurava criar em nós o estado imprescindível de receptividade, à frente da vida, a fim de reajustarmos os fios de nossos ideais, sobre os alicerces da verdadeira sublimação.
Emmanuel
[1] O conteúdo acima, diferindo bastante nas palavras marcadas, na posição dos parágrafos e nos textos [entre colchetes], foi publicado em março de 1985 pela editora GEEM e é a 26ª lição do livro “Instrumentos do Tempo.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.