Quando o Mestre ensinou que não se pode servir simultaneamente a Deus e a Mamon, ( † ) não desejava, por certo, dividir as criaturas em dois campos opostos, nos quais os ricos e os pobres, os bons e os menos bons, os justos e menos justos da Terra, se guerreassem constantemente.
Encontrando um doente, que nos propomos aliviar ou curar, efetuamos imediata separação entre enfermo e enfermidade, atacando a moléstia e protegendo-lhe a vítima.
Ninguém cogita de eliminar socorrendo ou de matar medicando.
Por isso mesmo, em nos sentindo defrontados pelo avarento, saibamos afastá-lo da usura, despertando-o para a caridade.
Se somos chamados a cooperar no levantamento de alguém que se entregou ao desequilíbrio, ajudemo-lo a soerguer-se com a verdadeira confiança em si mesmo, devidamente restaurada.
Se o Mestre nos pede o concurso amigo, ao lado de um irmão delinquente, busquemos extirpar-lhe as chagas do remorso, restabelecendo-lhe as oportunidades de refazer-se e servir.
Há quem se isole da luta, a pretexto de cultivar a sublimação. Entretanto, é sempre fácil satisfazer aos imperativos da virtude, onde não há tentações, e não é difícil atender à caridade onde a fartura se revele excessivamente.
Colaboremos com o Senhor, em sua Obra Divina, acendendo luz na sombra e oferecendo bem ao mal, a fim de convertermos a animalidade primitiva em Humanidade real.
Nada existe na Criação de Deus sem a “boa parte”. ( † )
Esforcemo-nos por desenvolver os menores princípios de elevação, que nos felicitem o caminho, buscando nas almas, por mais aparentemente transviadas ou infelizes, a “parte melhor” de que são portadoras e, embora movimentando os nossos recursos entre os grandes expoentes do erro e da [maldade, da desordem e da] indisciplina [do delito e da viciação], estaremos realmente a serviço do Senhor, que nos confiou, com o aprendizado da Terra, a nossa bendita oportunidade de aperfeiçoamento e elevação.
Emmanuel
[1] Essa mensagem, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes] foi publicada em setembro de 1953 pela FEB no Reformador e é também a 165ª lição do 1º volume do livro “O Evangelho por Emmanuel.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.