DE alma confrangida, observas os semelhantes, considerados na Terra em falta e culpa maiores do que as nossas.
De muitos deles, tens notícias que assombram e sabes de outros muitos, positivamente estirados na delinquência.
Agitam-se alguns por ignorância, sob as tenazes do crime.
Vários conhecem que amargas consequências recolherão, mais tarde, e apesar disso, rendem-se inermes, às garras da tentação.
Declaram-se outros adeptos da virtude e rolam na crueldade.
E outros, ainda, que te animavam a fé, permanecem na retaguarda, entregues ao desespero…
Junto deles, há quem diga que são almas empedernidas.
E há quem diga que são feras em forma humana.
Entretanto, ainda mesmo te arroles entre as vítimas, carregando o peito dilacerado, não ergas a voz para persegui-los. Estão marcados em si mesmos pelo remorso que trazem no espírito, por prato de brasas vivas.
Não é necessário te aproximes para vergastá-los ou para zurzir-lhes a carne.
Além de sitiados na dor do arrependimento, quase sempre transitam em cárceres de amargura ou repontam exilados do carinho doméstico, sorvendo lágrimas de aflição.
Em lugar de fel e desprezo, dá-lhes amor e esperança, a fim de que despertem a vontade entorpecida para o campo do bem.
Diante de todos eles, nossos irmãos enganados na sombra, abençoa e ora…
E, se te agridem, desvairados e inconscientes, abençoa e ora de novo, na certeza de que Deus a ninguém abandona e ainda mesmo para os filhos mais infelizes, providenciará reajuste, através da reencarnação, que é a escola da vida, a levantar-se, divina, da Terra então transformada, em bendito colo de mãe.
Emmanuel
[1] Essa mensagem, diferindo nas palavras marcadas, foi publicada originalmente em 1962 pela FEB, e é a 16ª lição do livro “Justiça Divina.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.