[Minhas queridas amigas: Deus vos abençoe o esforço fraternal.]
[Na sagrada comunhão, aqui me encontro convosco nas tarefas diárias dentro dos círculos do bem.]
[O amor é o edifício que construímos na eternidade; e, através de seus laços divinos, nossos corações se reúnem mutuamente entrelaçados para a vida imortal.]
[Nunca poderia esquecer os elos sublimes que enlaçam as almas no trabalho sagrado e incessante.]
[A Casa Espírita, confiada ao coração da mulher espírita de Juiz de Fora, é a nossa tenda de realizações. Aqui, minhas irmãs muito amadas, temos o nosso grande lar: O misericordioso velhinho é o nosso anjo-guardião. E em cada detalhe podemos observar a atividade inesgotável de nossa colmeia.]
[Não sei como agradecer a Jesus pelas searas de luz e de paz que nos tem concedido, sob este teto de amor; e é em Seu nome que unimos nossos pensamentos aos vossos pensamentos na mesma ação de louvor; suplicando à Sua Bondade Infinita que nunca cesse o curso das bênçãos.]
[Nossa alma está igualmente genuflexa. O trabalhador fiel não olvida o reconhecimento do Senhor.]
[A vossa luta tem sido, às vezes, difícil e angustiosa. Em muitas ocasiões conhecestes de perto a incompreensão e a dor, a dificuldade e o sofrimento; porém, minhas amigas, sempre que nos recordarmos das rosas tomadas pelos espinhos, lembremos, antes, que os espinhos se conservam coroados de rosas. Se o serviço apresenta pormenores de execução laboriosa, nunca esqueçamos a grandeza e a ventura da realização espiritual.]
Na dolorosa situação dos vossos tempos, observamos a mulher de modo geral, indiferente aos seus [grandiosos deveres.] As ilusões políticas, a concorrência profissional, os venenos filosóficos invadiram os lares.
São poucas as companheiras fiéis que se mantêm nos seus postos de serviço, com Jesus, convictas da transitoriedade das posições mundanas.
Quase sempre o que se verifica é justamente o naufrágio de luminosas esperanças que, a princípio, pareciam incorruptíveis e poderosas. Semelhantes desastres são oriundos do esquecimento de que a nossa linha de frente, na batalha humana, é o lar, com todas as suas obrigações sacrificiais, compelindo as mães e as esposas, [as] filhas e [as] irmãs aos atos supremos da renunciação.
Nosso Mestre é Jesus. Nosso trabalho é a edificação para a vida eterna. É imprescindível não olvidar que os homens obedecerão, em todas as suas tarefas, ao imperativo do sentimento. Sem esse requisito, são muito raros os que triunfam. É necessário converter [o] nosso potencial em fonte de auxílio.
Nada se conseguirá no terreno das competições mesquinhas, mas, sim, na esfera da bondade e da cooperação espiritual.
Busquemos na compreensão, cada vez mais, o caráter transcendente de nossas obrigações. Quando nos referimos ao dever doméstico, claro está que não aludimos à subserviência ou à escravização. Referimo-nos à dignidade feminina com o Cristo para que todas nos tornemos devotadas cooperadoras de nossos irmãos. O mau feminismo é aquele que promete conquistas mentirosas, perdido em pregações brilhantes, para esbarrar, mais tarde, em realidades dolorosas. Reconhecemos, porém, que o feminismo [legítimo], esse que integra a mulher no conhecimento próprio, é o movimento de Jesus, em favor do lar, para o lar e dentro do lar.
Felizes sois, portanto, pela santidade de vosso ministério.
Unamos as nossas mãos no trabalho redentor. Seja nossa casa o grande abrigo dos corações, onde todos temos uma tarefa a cumprir. Deus no-la concedeu atendendo-nos às [nossas] aspirações mais elevadas e às súplicas mais sinceras. Cada obstáculo seja um motivo novo de vitória e cada pequena dor seja para nós uma joia do escrínio da eternidade.
Deixai que a tormenta do mundo, com as suas velhas incompreensões, se atenue pelo Poder Divino. Não vos magoe os ouvidos o rumor das quedas exteriores. Continuai na casa do coração, certas de que Jesus estará conosco, sempre que lhe soubermos preferir a companhia sacrossanta.
[E, antes de me retirar, transmito-vos os votos de amor e paz do nosso venerando João de Freitas.]
[Beijando-vos a todas, no beijo afetuoso de agradecimento que deponho no coração de nossa querida Zuzu, despeço-me, deixando a alma feliz e reconhecida. Vossa irmã,]
Eugênia Braga
[1] O conteúdo acima, diferindo bastante nas palavras marcadas e [entre colchetes], foi publicado em 2010 pela Editora Madras e é a 5ª lição do livro Chico Xavier inédito. — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.