Ao apelo do Divino Mestre, recomendando-nos “sede perfeitos”, ( † ) evitemos a indesejável resposta da aflição.
Ninguém pode trair os princípios de sequência que governam a Natureza e o tempo será sempre o patrimônio divino, em cujas bênçãos alcançaremos as realizações que a vida espera de nós.
Antes de cogitar da colheita, atendamos à sementeira.
Antecipando a construção do teto de nossa casa espiritual, no aprimoramento que nos cabe atingir, edifiquemos os alicerces no chão de nossas possibilidades humildes, erguendo sobre eles as paredes de nossa renovação, a fim de não nos perdermos no movimento vazio.
Iniciemos a perfeição de amanhã com a bondade de hoje.
Ninguém é tão deserdado no mundo que não possa começar com o êxito necessário.
Não intentes curar o enfermo de momento para outro. Cede-lhe algumas gotas de remédio salutar.
Não busques regenerar o delinquente a rudes golpes verbais. Auxilia-o, de algum modo, oferecendo-lhe algumas frases de fraternidade e compreensão.
Não procures estabelecer a verdade num gesto impetuoso de esclarecimento espetacular, acreditando desfazer as ilusões de muitos anos, em um só dia. Enceta a obra do reajustamento moral com os teus pequeninos gestos de sinceridade à frente de todos.
Não suponhas seja possível a milagrosa transformação de alguém, no caminho empedrado da crueldade ou da ignorância. Faze algo que possa servir de plantação inicial de luz no espírito que te propões reformar.
E ainda, em se tratando de nós, não julgues seja fácil converter nossa própria alma para Deus, num instante rápido. Trazemos conosco vasto acervo de sombras e precisamos serenidade e diligência para desintegrá-las, pouco a pouco, ao preço de nossa própria submissão à Lei do Senhor que nos rege os destinos.
Se realmente nos dispomos à aceitação do ensinamento do Divino Mestre, usemos a bondade, em todos os momentos da vida. Bondade para com o próximo, bondade para com os ausentes, bondade para com os nossos opositores, bondade para com todas as criaturas que nos cercam.
A bondade é a chave da simpatia e do conhecimento com que descerraremos a passagem para as Esferas superiores.
Com ela, seremos mais humanos, mais amigos e mais irmãos.
Avancemos, assim, com a bondade por norma de ação, retificando em nossa estrada os aspectos e experiências que nos desagradam na estrada dos outros e, desse modo, estejamos convencidos de que o sonho sublime de nosso aperfeiçoamento encontrará, em breve futuro, plena concretização na Vida Eterna.
Emmanuel
[1] Essa mensagem, diferindo nas palavras marcadas, foi publicada em março de 1957 pela FEB no Reformador e é também a 122ª lição do 1º volume do livro “O Evangelho por Emmanuel.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.