O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Viajaram mais cedo — Familiares diversos


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Heitor José Morina

São Paulo (SP), 02 de abril de 1957.
Osasco (SP), 26 de maio de 1977.

Heitorzinho nasceu em São Paulo, SP, a 2 de abril de 1957, deixando o convívio dos familiares aos vinte anos, vítima de acidente de moto, no dia 26 de maio de 1977 em Osasco, SP, quando voltava da escola para casa.

Simples, afetuoso, dedicado, no mês de sua desencarnação participava, com outros jovens, de campanha do agasalho no bairro em que residia, em Osasco, movimento que os amigos concluíram em sua homenagem.

Filho de Heitor Morina e de Therezinha Ramiro Morina, completava o universo familiar com a irmã, Eliane Morina Nogueira.

Após o depoimento de D. Therezinha, apresentaremos as duas cartas que Heitorzinho enviou através do Chico.




DEPOIMENTO


Cheguei até Uberaba pela dor.

Jamais ouvira falar do Chico até que, sem qualquer conhecimento do Espiritismo, pois era católica, disseram-me que os jovens enviam mensagens por seu intermédio.

Li algumas dessas páginas mediúnicas, sobretudo as de Jair Presente e Augusto Cezar, e me animei a procurar Chico Xavier.

Na terceira visita, recebemos a primeira mensagem do Heitorzinho, que nos deu a esperança de que ele continua conosco e de que nos encontraremos um dia.

Tive forças para voltar mais vinte e sete vezes, ao longo de seis anos, sempre recebendo palavras confortadoras do Chico.

A 13 de maio de 1983, seis anos após sua partida, Heitorzinho nos enviou a segunda carta.

As duas mensagens de nosso filho deram-nos mais força para a difícil readaptação à vida nova.


Therezinha Ramiro Morina




PRIMEIRA MENSAGEM


1 Querida mamãe Therezinha e meu querido papai Heitor, rogo-lhes para me abençoarem como sempre.

2 Querido papai Heitor, estou quase ajustado ao novo ambiente. Agora chegou a vez de pedir ao seu coração e ao carinho da mamãe para que me auxiliem, pacificando-se ambos como espero.

3 Papai, o abraço foi realmente meu. Abraço de filho e de amigo, de companheiro e viajante que segue sempre em sua direção.  n

4 A saudade era tanta que fiz dela um laço forte para ligá-lo a mim. As dificuldades para mim foram grandes a princípio, mas agora, tudo vai seguindo um ritmo de hábito, muito embora por dentro de mim, continue o vazio. Mas tenho agora a fé para me carregar, uma fé profunda na vida e no Criador.

5 Mãezinha Therezinha, não posso escrever muito, porque prometi isso aos instrutores desta casa que não possuem tempo suficiente para dar ensejo de comunicação a quantos de nós que se apresentam com o anseio ardente de transmitir notícias.

6 O meu avô me auxilia e preciso terminar com muitas lembranças a todos os nossos e um abraço do coração para a nossa querida Eliane, a quem rogo muita paciência com a vida.

7 Querida mãezinha e meu querido papai Heitor, recebam todo o afeto do servidor reconhecido e filho do coração,


Heitorzinho

Heitor José Morina

05.10.1979.    




SEGUNDA MENSAGEM


1 Querida mamãe Therezinha, tenho ouvido as suas petições e me comove encontrá-la contando talvez demais com o apoio do seu Heitorzinho.

2 Sou ainda um servidor muito pequeno, mas se o coração tem força para realizar algo de bom, o meu coração é sempre seu e do papai Heitor, cujas inquietações nós ambos compreendemos.

3 A saudade é assim como uma planta invisível que nos vai enlaçando uns nos outros.

4 O querido pai sofre essa pressão íntima, qual se vivesse num clima de hoje e de insegurança, mas espero em Deus que ele pratique aceitação conosco, porque a vida é de Deus e nos cabe a obrigação de acolhê-la como nos aparece.

5 Diga ao papai Heitor que não estou ausente e que os mensageiros do Bem nos auxiliarão. As sombras passam qual ocorre com as nuvens. Fica sempre o sol brilhando nos céus, por presença simbólica do Criador.

6 Temos os irmãos queridos à espera de nossa assistência e de nosso amor e não será a saudade que nos fará desertores.

7 Estamos sempre juntos. Creiam nisso para que a realidade não seja uma luz distante de nosso convívio espiritual.

8 Querida mãezinha Therezinha, isso é tudo o que devia dizer ao seu coração inesquecível, porque, efetivamente, nós dois temos o papai Heitor por preocupação maior, de vez que nos cabe fazer quanto possível para vê-lo tranquilo e robusto na fé, assim como nas próprias forças.

9 Um abraço a todos os nossos em família, especialmente à nossa Eliane e com o papai Heitor, receba todo o coração repleto de saudades e esperanças do filho agradecido que lhes pertence em nome de Deus.

10 Sempre o filho muito grato,


Heitorzinho

Heitor José Morina

13.05.1983.    


Caio Ramacciotti

Paulo de Tarso Ramacciotti



[1] Em torno de um mês antes da recepção desta mensagem, os genitores do Heitorzinho falavam sobre ele, em um papo familiar, quando o pai sentiu com muita nitidez o abraço do filho, abraço espiritual que Heitorzinho confirma em suas palavras registradas pela mediunidade do Chico.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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