1 Não te engane o pavor do campo escuro
— Gênios da morte entoando horrendas árias,
Urnas de pedra e lousas solitárias,
Cheias de vocação para o monturo…
2 Somente esbarras no sinistro muro,
Onde os corpos dos cresos e dos párias,
Em desagregações igualitárias,
Colhem transformações para o futuro.
3 Além do vaso informe e decomposto,
Em que toda vaidade paga imposto
Desfazendo-se, inerme, fibra a fibra,
4 Eis que a Eterna Verdade se descerra:
— A vida continua além da Terra,
O Espírito liberto canta e vibra…
Augusto dos anjos
|