“É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia…” — Jesus (João 9.4)
1 Até ontem, é possível:
que pesadas cargas de sofrimento nos tenham sitiado o curso das horas;
2 que tenhamos caído em faltas lastimáveis, das quais dificilmente nos levantamos, como quem se demora a ingerir curativa poção amarga;
3 que lágrimas nos hajam lavado o rosto, muitas e muitas vezes;
4 que provas graves nos tenham experimentado a confiança e o discernimento;
5 que desilusões nos hajam espancado o entusiasmo e a esperança;
6 que obstáculos e golpes nos tenham visitado o espírito em luta;
7 que afeições modificadas nos hajam imposto doloroso adeus ao coração;
8 que as trevas tenham mostrado o propósito de esfriar-nos o ideal, convulsionando-nos a área de serviço;
9 que perturbações e conflitos nos hajam testado a fidelidade e a segurança no esforço de construção da Vida Superior;
10 que solidão e abandono, várias vezes, nos tenham deixado em cinza e sombra;
11 que adversários intransigentes nos hajam abatido a coragem de esperar e o prazer de servir…
12 Entretanto, na essência, não vale o mal que passou. Importa, acima de tudo, que estejamos no cumprimento de nossas obrigações, sem esmorecer, doando o melhor de nós mesmos ao trabalho que a Divina Providência nos deu a realizar, na Seara do Bem, porque de todas as concessões de Deus, nos instrumentos da vida, é imperioso reconhecer que todas elas se refazem ou se reajustam, menos a dádiva do tempo que, depois de perdida, não volta mais.
Emmanuel