“Nós somos de Deus.” — João. (1 JOÃO, 4.6)
1 Não nos é fácil desvencilharmos dos laços que nos imantam aos círculos menos elevados da vida, aos quais ainda pertencemos.
2 Apesar de nossa origem divina, mil obstáculos nos prendem à ideia de separação da Paternidade Celeste.
3 Cega-nos o orgulho para a universalidade da vida.
4 O egoísmo encarcera-nos o coração.
5 A vaidade ergue-nos falso trono de favoritismo indébito, buscando afastar-nos da realidade.
6 A ambição inferior precipita-nos em abismos de fantasia destruidora.
7 A revolta forma tempestades de ódio sobre as nossas cabeças.
8 A ansiedade fere-nos o ser.
9 E julgamos, nesses velhos conflitos do sentimento, que pertencemos ao corpo físico, ao preconceito multissecular e à convenção humana, quando todo o patrimônio material que nos circunda representa empréstimo de forças e possibilidades para descobrirmos nós mesmos, enriquecendo o próprio valor.
10 Na maioria das vezes, demoramo-nos no sombrio cárcere da separação, distraídos, enganados, cegos…
11 Contudo, a vida continua, segura e forte, semeando luz e oportunidade para que não nos faltem os frutos da experiência.
12 Pouco a pouco, o trabalho e a dor, a enfermidade e a morte, compelem-nos a reconsiderar os caminhos percorridos, impelindo-nos a mente para zonas mais altas. Não desprezes, pois, esses admiráveis companheiros da jornada humana, porquanto, quase sempre, em companhia deles, é que chegamos a compreender que somos de Deus.
Emmanuel