“Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina.” — Paulo. (TITO, 2.1)
1 Desde que não permaneças em temporária inibição do verbo, serás assediado a falar em todas as situações.
2 Convocar-te-ão a palavra os que desejam ser bons e os deliberadamente maus, os cegos das estradas sombrias e os caminheiros das sendas tortuosas.
3 Corações perturbados pretenderão arrancar-te expressões perturbadoras.
4 Caluniadores induzir-te-ão a caluniar.
5 Mentirosos levar-te-ão a mentir.
6 Levianos tentarão conduzir-te à leviandade.
7 Ironistas buscarão localizar-te a alma no falso terreno do sarcasmo.
8 Compreende-se que procedam assim, porquanto são ignorantes, distraídos da iluminação espiritual. 9 Cegos desditosos sem o saberem, vão de queda em queda, desastre a desastre, criando a desventura de si mesmos.
10 Tu, porém, que conheces o que eles desconhecem, que cultivas na mente valores espirituais que ainda não cultivam, toma cuidado em usar o verbo, como convém ao Espírito do Cristo que nos rege os destinos. 11 É muito fácil falar aos que nos interpelam, de maneira a satisfazê-los, e não é difícil replicar-lhes como convém aos nossos interesses e conveniências particulares: todavia, dirigirmo-nos aos outros, com a prudência amorosa e com a tolerância educativa, como convém à sã doutrina do Mestre, é tarefa complexa e enobrecedora, que requisita a ciência do bem no coração e o entendimento evangélico nos raciocínios.
12 Que os ignorantes e os cegos da alma falem desordenadamente, pois não sabem, nem veem… Tu, porém, acautela-te nas criações verbais, como quem não se esquece das contas naturais a serem acertadas no dia próximo.
Emmanuel