MENSAGEM I
1 Queridas filhas Vitória e Abadia, peço a Jesus abençoá-las sempre.
2 Compreendo que anseiem por notícias do papai, que regressou para esta vida nova, apressadamente.
3 Lembro-me de que chegava da pescaria, com o cansaço de quem deseja acomodar-se, quando uma dor parecendo lâmina invisível me retalhou a alma por dentro.
4 Quis chamar a nossa Orcina, n de modo a falar-lhe seriamente do tratamento que devia empreender, quando a morte andou mais à frente de mim e não tive qualquer oportunidade de formular recomendações.
5 Perdoem-me, filhas queridas, se o assunto foi resolvido para logo, sem que me fosse possível qualquer reflexão. Desejaria ter conversado com o nosso Jesus, n a fim de pedir-lhe assistência para a nossa Orcina, mas em semelhantes dias, estive preso àquela inconsciência, que não sei explicar.
6 Voltando a mim, pude reconhecer que a mãezinha Ana não me abandonara.
7 Agora, a família por aqui está aumentando, entretanto, não desejo que vocês venham depressa.
8 Há muito que fazer para auxiliar aos nossos entes queridos, já reencarnados, e assim espero que vocês continuem firmes na fé e na confiança em Deus.
9 Vitória, peço a você não se deixar vencer pelo desânimo, em momento algum, pois precisamos de mais coragem e de mais dedicação para vermos a nossa família cumprindo os desígnios de Deus.
10 O Edvaldo veio em nossa companhia, mas cedeu o lugar de escrever para o vovô. n
11 No momento, a gente permanece na estaca terminal do caminho percorrido, esperando o que virá…
12 Não sei dizer-lhes, enquanto escrevo, que estou sentindo imenso reconforto.
13 Queridas filhas, conduzam à mamãe Orcina as minhas saudades e agradecimentos, e muito sensibilizado pelo fato de me solicitarem notícias, quando me reconhecia ardendo no desejo paternal de fazer-me sentir em casa.
14 Para todos os nossos, as minhas saudações de muita amizade, e para vocês, o coração reconhecido do papai
Afonso Valério de Souza n
MENSAGEM II
1 Meus filhos queridos Jesus, Abadia e Vitória, Deus nos abençoe.
2 Venho com o Edvaldo ao encontro de vocês para agradecer-lhes o carinho das lembranças.
3 Vocês sonharam e falam ainda tanto em minha participação na festa de amor que devemos ao próximo aniversário da mamãe Orcina, que o velho pai que sou eu, não hesitou em pedir o consentimento de nossos benfeitores, a fim de trazer-lhes o meu testemunho de afeto incessante.
4 Abençoem, sim, a mãezinha Orcina, a criatura que sempre nos amou e tolerou, tolerando-nos e amando-nos sempre.
5 Vejo-lhe por antecipação os olhos molhados ao escutar as palavras que lhes dirijo.
6 Orcina foi, não somente a companheira de meus dias; foi, especialmente, a protetora de nossa paz e de minha saúde, vivendo exclusivamente para nós, que lhe tomamos a existência.
7 Agora que vocês cresceram, creiam que os vejo em meu regaço de pai, todos juntos, ainda crianças…
8 E eu, que nem sempre atendia ao melhor por fazer-lhes, ensinava obediência e união.
9 Agora que a vida me impõe outra vida, peço-lhes para serem para a mamãe Orcina a felicidade que não lhe soube dar.
10 Enfeitem-lhe o natalício com o amor que lhe devemos, e conservem a convicção de que estarei com vocês, em companhia do nosso Edvaldo.
11 Filhos queridos, unam-se como sempre no trabalho e na paciência. A riqueza que lhes deixei foi a do trabalho, que se faz de alma limpa e consciência tranquila.
12 É muito pouco para um pai que desejaria lhes haver formado vastos tesouros na Terra.
13 Mas reconforta-me pensar que sempre lhes desejei a bênção do dever cumprido com humildade e paz no coração. Perdoem-me se não mais pude fazer, e façam também minhas as saudações que reservam para a querida mãezinha, a cuja abnegação todos nós tanto devemos…
14 Que Deus os enriqueça de tranquilidade e alegria, são os votos do papai, que roga a Jesus abençoá-los e sustentá-los no caminho do bem, sempre e sempre.
15 Um grande abraço do papai reconhecido,
Afonso n
MENSAGEM III
1 Querida Vitória, querida filha, Deus nos abençoe.
2 Este bilhete é só um sinal de que você não está sozinha.
3 Tenho ouvido as suas preces e petições, e rogo a Jesus conceda a você a paz com a felicidade que o seu devotamento filial sempre merece.
4 Quero dizer a você que vou fazendo o possível por auxiliar a nossa querida Orcina e a tia doente.
5 O Edvaldo tem sido um ajudante de primeira ordem. Diga isso à nossa querida Abadia.
6 O Jesus continua recebendo a nossa cooperação, e peço a Jesus o abençoe e proteja.
7 Querida Vitória, minha querida filha de sempre, embora a minha pobreza espiritual, conte sempre com o amor e a dedicação constante do papai
Afonso Valério n
Em Uberaba, entrevistamos as filhas do Sr. Afonso Valério de Souza, Sra. Maria Vitória Rodrigues de Souza (Rua Da. Leonor Borges de Carvalho, 410 — CEP 38020 —, fone: 336-1150) e Maria Abadia da Silva (Rua Dr. Ludovice, 83 — CEP 38025 —, fone: 3333-2991), na residência da primeira, na tarde de 21 de novembro de 1985, e por telefone, com a segunda, a 31 de dezembro de 1986, eis o que conseguimos apurar sobre as três das seis mensagens transmitidas pelos Espírito de seu inesquecível pai ao médium Xavier respectivamente, a 25 de janeiro de 1981; 11 de março e 11 de novembro de 1983:
1 — Afonso Valério de Souza nasceu na cidade de Luz, Estado de Minas Gerais, a 13 de agosto de 1917, filho de José Valério Tosta e de Maria de Jesus, conhecida por D. Ana, conforme se vê na primeira mensagem, desencarnando em Uberaba, onde residia há trinta anos, a 13 de janeiro de 1980, de parada cardíaca, depois de se sentir mal, minutos antes, às margens do Rio Grande, no seu local predileto de pescarias. Era excelente carpinteiro, muito procurado em toda a região do Triângulo Mineiro.
2 — “Quis chamar a nossa Orcina”: Trata-se da Esposa do comunicante, Sra. Orcina Rodrigues de Abreu, desencarnada a 31 de outubro de 1985, em consequência, também, de cardiopatia.
3 — Jesus: Filho. Sr. Jesus Rodrigues de Souza, ilustre comerciante, residente em Pirajuí, Estado de São Paulo.
4 — “O Edvaldo veio em nossa companhia, mas cedeu o lugar de escrever para o vovô.” O Autor espiritual se refere ao seu neto, Edvaldo Roel da Silva Júnior, filho do distinto pintor de letras, Sr. Edvaldo Roel da Silva, e de D. Maria Abadia da Silva, nascido em Uberaba, no dia 2 de dezembro de 1970, aí desencarnando a 7 de maio de 1979, vítima que era de uma enfermidade congênita do coração. Sua primeira mensagem, recebida pelo médium Xavier, a 25 de janeiro de 1980, foi incluída pelo Dr. Hércio Marcos Cintra Arantes, no livro Eles Voltaram, n para onde remetemos o leitor.
Elias Barbosa
[1] Francisco Cândido Xavier, Espíritos Diversos, Hércio Marcos C. Arantes, Eles Voltaram, IDE, Araras (SP), 1ª edição — 1981, pp. 54-62.