1 “Nunca te esquecerei… Espere-me, querida!…”
Disse o guerreiro audaz à jovem loura e bela.
Quantas juras de amor o tempo desmantela!…
Ei-la que sofre ao longe… Ele se casa e olvida.
2 Mata-se a noiva triste ao saber-se esquecida
E suporta no Além a mágoa a que se atrela.
Nada ouve, nem vê… A dor é sentinela
Que lhe renova o ser, restaurando-lhe a vida.
3 Desencarnado, um dia, o castelão de outrora
Descobre a moça em treva, arrepende-se e chora…
Quer dar-lhe novo berço a refazer-lhe os passos…
4 Hoje, em sítio singelo, é um pai atento e amigo,
Cultiva o solo em paz e carrega consigo
Uma filhinha cega a lhe sorrir nos braços.
Silva Ramos
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