1 Vejo-te, nobre amigo, a despontar da bruma.
Castelão sedutor, de conquista a conquista,
Não achas coração de mulher que resista…
Segues… E no teu passo a treva se avoluma…
2 Noivas, esposas, mães… Das vítimas, em suma,
Onde falas de amor, aumenta-se-te a lista…
Mas chega a morte e vais por estrada imprevista,
Em que a sombra te espera e a dor te desapruma.
3 Quis ver-te reencarnado e encontrei-te, inda há pouco…
Vagueias, mundo afora, abandonado e louco,
Espolinhas-te em lama e choras no monturo!…
4 Mas, agradece a Lei que te segrega em prova;
Na cela de aflição que te apura e renova,
Descobrirás, de novo, as fontes do amor puro.
Epiphanio Leite
|