1 Indubitavelmente, quando transviados na Terra, conduzimos para o túmulo o inferno do remorso, alojado nos escaninhos da consciência.
2 É aí, nos precipícios da sombra, com os quais sintonizamos aspirações e desejos, que passamos a sofrer as justas consequências de nossos erros deliberados, azorragues de dor que nos atormentam a memória, nas telas sucessivas de agoniado arrependimento, como que a imobilizar-nos a ideia em cárceres de aflição e terror, resultantes de nossa própria criação mental a enovelar-se sobre nós mesmos.
3 Entretanto, o Socorro Divino jamais falha e chega o momento em que o inferno convertido em purgatório salutar renasce conosco no berço terrestre, situando-nos, mediante a forma física, no reduto doméstico ou no quadro social suscetíveis de conduzir-nos ao reajuste.
4 É por isso que vemos no mundo as mais dolorosas enfermidades e as mais aflitivas mutilações, de permeio com os desgostos familiares e com as provações mais profundas a se revelarem através de inibições deploráveis, de chagas íntimas, de incompreensões, de amarguras, de miséria angustiosa e pauperismo desolador…
5 Cada consciência que ressurge na carne, no campo da dívida a resgatar, carreia consigo a cruz salvadora em que se lhe redimirá o Espírito, à frente da vida eterna.
6 Não olvides, pois, que a riqueza da fé representa a claridade bendita em que é possível estender os talentos do amor, clareando os quadros de nossos gravames e compromissos.
7 Lembra-te de que conhecimento superior traduz responsabilidade e que a responsabilidade pede acerto de contas.
8 A nós outros, portanto, a quem coube o quinhão maior da luz, compete o serviço incessante no bem dos outros, para que através da oportunidade de hoje possamos libertar-nos do purgatório de ontem, pavimentando em nós mesmos o abençoado caminho de ascensão a luminoso porvir.
Emmanuel