Altair — Estrela de primeira grandeza (constelação da Águia).
Amor — Nos sonetos desta série bocagiana deve entender-se como o deus Amor, isto é, Cupido.
Andrômeda — Constelação próxima às de Pégaso e de Cassiopeia.
Antares — Estrela de primeira grandeza (constelação do Escorpião).
Arrabil — Antiga rabeca, usada pelos árabes e na Idade Média.
Avena — Flauta pastoril; estilo pastoril, humilde, singelo.
Averno — Lago próximo de Nápoles, cratera de antigo vulcão. Os poetas consideravam-no como entrada dos infernos.
Bagata — Feitiço, bruxaria.
Beleguim — Esbirro; designação depreciativa dos oficiais de diligências, agentes policiais, etc.
Camenas — As Musas. As Musas eram nove, filhas de Júpiter e de Mnemosina, e presidiam às artes liberais, entre as quais a poesia em seus gêneros lírico, heroico e anacreôntico: Polímnia, Calíope e Erato, respectivamente. Euterpe era a da música.
Capitólio — Fortaleza sobre a rocha Tarpeia, onde estava o templo de Júpiter.
Citereia — Vênus.
Climas — Em sentido figurado: regiões, países.
Dante (Alighieri) — Célebre poeta italiano (1265-1321), autor da “Divina Comédia”.
Elmano — Pseudônimo de Bocage, na Nova Arcádia.
Estige — Rio do Peloponeso (Grécia), que os antigos localizavam nos infernos. É hoje o Mavro-Nero.
Favônio — Vento brando do poente, zéfiro.
Goa — Cidade da Índia, na costa do Malabar, possessão portuguesa.
Harpia — Monstro fabuloso, com asas, muito voraz, que tinha cara de mulher e corpo de ave de rapina.
Hidal-Khan — Tirano muçulmano, que, à frente de grande exército, manteve Goa inutilmente em estado de sítio, no ano de 1572. Quando ainda na Terra, o poeta grafava este nome aportuguesado, isto é, “Hidalcão”.
Ismene — Uma das beldades, a quem Bocage dedicou versos.
Langotim — Tanga, usada pelos hindus.
Letes — Um dos rios dos infernos, cujo nome significa “esquecimento”; as “sombras” (almas dos mortos) bebiam suas águas para esquecerem o passado.
Ninfa — Divindade dos rios, dos bosques e dos montes.
Orfeu — Poeta e músico, filho de Apolo e de Clio (esta era a musa da História), ou, segundo outros, de Apolo e de Calíope; também, no parecer de alguns enciclopedistas, filho do rei Éagro, da Trácia (Grécia). Diz-se que com os seus cantos, acompanhados à famosa lira, fascinava pessoas, animais, plantas e rochedos; o nome de Orfeu passou a designar um músico ou um poeta.
Parca — Cada uma das três deusas: Cleto, Láquesis e Átropos, das quais a primeira fiava, a segunda dobava e a última cortava o fio da vida humana. No soneto de Bocage, desta série, em que se encontra esse nome, o poeta se refere à última, isto é, à morte.
Plectro — Instrumento que servia para fazer vibrar as cordas da lira; o gênio poético, a poesia.
Regaça — Pequeno rio pedregoso, que banha Óbidos, em Portugal.
Sírius (ou “Sírio”) — Estrela de primeira grandeza (constelação do Grande Cão); é o sol mais próximo do nosso e chamam-lhe vulgarmente. “canícula”.
Tarpeia — Rocha, que formava ponta sul do Capítolino e donde se precipitavam os réus de alta traição.
Têmis — Deusa da justiça; a própria justiça.
Titã — Designação genérica de cada um dos gigantes, filhos de Urano, que quiseram escalar o céu e destronar Júpiter.
Vênus — Divindade, filha de Júpiter, mãe do Amor e deusa da formosura; nome latino (da mitologia romana) da deusa Afrodite, filha de Zeus e a quem rendiam culto os gregos pagãos. — Nome de um dos planetas que giram em torno do Sol; Vênus aparece um pouco antes do dealbar, sendo pelo vulgo chamada “estrela-d’alva”, e ao cair da tarde, quando toma o nome de “Vésper”.
Rio de Janeiro, janeiro de 1947.
Porto Carreiro Neto
FIM