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Tu, doce chama, angélica ternura,
Que o Criador envia à criatura,
Ó dádiva celeste, ó dom do Imenso,
Com que aterramos Satanás infenso,
Com que a tormenta das paixões se acalma,
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Que os tesouros sem-fim do eterno erário
Resumidos conténs nas graças tuas;
Que outros sóis, outros astros, outras luas
Invisíveis a nós, lá vês, lá pisas
No almo, nítido céu, tu divinizas
Meus versos, dedicados até agora
A vãos prestígios, que a fraqueza adora.
Ah! dos teus olhos um volver piedoso
Desarme, ó Virgem bela, o justiçoso
Ente imortal, que os ímprobos fulmina;
Apaga o raio, que na mão divina
A prumo sobre a fronte me chameja:
A quem te invoca teu favor proteja.
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