O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Volta Bocage… — Manuel M. B. du Bocage


Soneto XII

6-12-1946

1 Estro frágil, sem louros, jamais tente
Engrandecer, em míseros cantares,
Os imensos impérios estelares
Do Teu Reino de Luz Resplandecente.


2 Louvem-Te a glória excelsa eternamente
Andrômeda, Altair, Sírius e Antares,
Paraísos suspensos, almos lares,
Que balançam na abóbada luzente!


3 Quem dirá dos mistérios que proclamas
Em turbilhões de sóis, uno e disperso,
Dos Teus castelos de sagradas chamas?


4 Emudeçam as notas de meu verso!
Glorifique-Te o amor com que nos amas,
Nas mais remotas plagas do Universo!


Mel. Mª de Barbosa du Bocage


O poeta encerra este curso com um grandioso hino de louvor a Deus. Jamais serão os poemas humanos dignos de cantar a glória do Criador: só as estrelas podem celebrar a obra do Onipotente. Pequeno é tudo diante da Majestade Divina; e o verso deve emudecer. A glorificação única ao Ente Supremo seja o Amor que Ele nos consagra, pois nem mesmo o nosso amor ao Pai Lhe cantará a grandeza, que abrange o infinito do Espaço e a eternidade do Tempo.




Leitor, meu irmão.

Encerremos este magistral breviário como convém: de joelhos, em prece cordial. Acompanhemos o poeta na sua rogativa a Maria, assunta aos Céus:


  “……………………………………
Tu, doce chama, angélica ternura,
Que o Criador envia à criatura,
Ó dádiva celeste, ó dom do Imenso,
Com que aterramos Satanás infenso,
Com que a tormenta das paixões se acalma,
……………………………………………
Que os tesouros sem-fim do eterno erário
Resumidos conténs nas graças tuas;
Que outros sóis, outros astros, outras luas
Invisíveis a nós, lá vês, lá pisas
No almo, nítido céu, tu divinizas
Meus versos, dedicados até agora
A vãos prestígios, que a fraqueza adora.
Ah! dos teus olhos um volver piedoso
Desarme, ó Virgem bela, o justiçoso
Ente imortal, que os ímprobos fulmina;
Apaga o raio, que na mão divina
A prumo sobre a fronte me chameja:
A quem te invoca teu favor proteja.
……………………………………………


Mel. Mª de Barbosa du Bocage


E Maria o acolheu.


L. C. Porto Carreiro Neto


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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