1
Sonhava o pobre Elmano, ao sol da graça,
Aventuras sem-fim que Amor nutria,
Louco, vivendo ingrata fantasia,
Da velha China às margens do Regaça.
2
Infortunado vate! Mal sabia
Que o langotim da carne brilha e passa!
E, cego de prazeres, pôs-se à caça
Das mentiras cruéis que Amor trazia.
3
Que vale o bojo lúcido e encantado
De embarcação sem praias, onde aporte,
Brigue de ouro no abismo encapelado?!
4
Assim colhi do mundo amarga sorte,
Quando desfez o Tempo duro fado,
Devolvendo-me o sonho ao gral da Morte!
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