1
Volta, Bocage, ao mundo e grita ao Fado
Que a Fama vil padece desengano,
Que a carícia de Ismene é fogo insano
Depois do escuro Estige atravessado.
2
Antes viver no exílio sem agrado,
Sofrer de Goa o beleguim tirano,
Beijar fusco Hidal-Khan por soberano
Que ser presa de gozo desmarcado.
3
Preferível guardar ervadas setas
Da calúnia que mata pouco a pouco,
Sucumbindo entre as dores mais abjetas,
4
Que morrer, de olhar baço e peito rouco,
Na miserável chusma dos patetas
E acordar no outro mundo como louco.
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