Aparecida Conceição Ferreira sempre trabalhou desde criança. Considera o Trabalho fazendo parte da Educação, em primeiro plano. Por isso, a sua preocupação maior para os seus tutelados se dirige especialmente, nessas linhas de ação: Trabalho e Educação.
O trabalho na sua obra assistencial tem dupla utilização: como recurso de terapia para os doentes e sua respectiva formação profissional.
É utilizado o trabalho como terapia da seguinte forma: as mulheres e os homens enfermos, fazendo por exemplo, o serviço da limpeza, estendendo roupas no varal ou outros, movimentam os braços e ao mesmo tempo, as pernas e os pés. Assim, há sempre uma reação geral do organismo provocada pela locomoção, exercícios respiratórios e os efeitos benéficos do sol. É preciso que se diga, fazer parte do tratamento e da assistência, “o doente tomar sol todos os dias”, locomovendo por si próprio ou conduzido na “cadeira de rodas” quando não se movimenta.
Os serviços são distribuídos conforme a capacidade efetiva do doente, e a partir desse momento, as melhoras se intensificam com tanta rapidez, que muitas vezes, fomos surpreendidos pela disposição dos assistidos, integrando-se na vida normal do trabalho e do estudo, nessa obra assistencial de paz e renovação.
À primeira vista, pode-se achar estranha essa atitude da administração do Lar da Caridade, mas, como ficou bem explicado, o trabalho contribui para a recuperação dos enfermos e para a iniciação profissional das crianças e adolescentes.
Pensando na salutar vantagem do trabalho para os assistidos, nos ocorre lembrar aos nossos leitores, que a própria Psicologia afirma “que a inatividade prolongada não faz bem a ninguém”.
OFICINAS DE APRENDIZAGEM
Sabendo que o trabalho constitui a lei natural da vida e cujos hábitos devem ser formados desde cedo, Aparecida foi devagar, adquirindo e instalando oficinas para aprendizagem visando um ensino profissionalizante para os menores que fazem parte dessa grande família. Existem no Lar da Caridade as seguintes oficinas de aprendizagem: bordados, confecção de roupas, corte e costura, datilografia, marcenaria, panificação, reciclagem e industrialização do plástico, sapataria, serralheria, torno.
O TRABALHO NO CAMPO
A Instituição possui uma propriedade “Fazenda Badajós”, terras de cultura e cerrado, onde os assistidos se dedicam às atividades agropecuárias, para aprendizagem e formação profissional.
As oportunidades de trabalho são diversas: horticultura, formação de pastagens, plantio de arroz, milho, mandioca, frutas, plantas de arborização e reflorestamento, criação de bovinos, peixes e suínos.
Na “Fazenda Badajós” funciona também, uma Escola de 1º Grau, 1ª a 4ª série, mantida pela Prefeitura Municipal de Uberaba, destinada às crianças da própria fazenda, matriculando-se ainda os filhos dos proprietários vizinhos.
Izabel Bueno