1 Finados!… Feliz do morto
Que encontra, pensando em casa,
Uma oração de esperança
À beira da cova rasa.
2 O mais belo culto aos mortos,
No pesar que te alanceia,
Será fazer da saudade
Lenitivo à dor alheia .
3 Dois de Novembro!… Finados!…
Convenção em romaria…
Para quem ama a saudade
É pena de todo dia.
4 Num sepulcro visto ao longe,
A chama da vela acesa
Parece um lenço acenando
De um cais de cinza e tristeza.
5 Não sei porque tanto choro
Quando a morte altera a vida…
Todo momento na Terra
Tem gosto de despedida.
Isolino Leal
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