1 “Bem-aventurados os brandos de espírito por que possuirão a Terra.” ( † )
Com esta afirmação do Senhor, podemos reconhecer que há diferença fundamental entre “possuir” e “ser possuído”.
2 Vemos conquistadores de nome célebre que julgam senhorear terras e haveres, acabando sob o domínio da perturbação e da morte.
3 Observamos caluniadores eminentes, presumindo-se detentores das maiores expressões de apreço público, caindo sob o império de amargosas desilusões.
4 Anotamos a presença de gozadores inveterados que, em se guindando ao ápice dos mais extravagantes prazeres, descem, apressados, aos precipícios da desesperação e do tédio.
5 Contemplamos usurários, aparentemente felizes, acreditando-se com direito exclusivo sobre cofres repletos, em que amontoam perigosos enganos, repentinamente despojados de todos os valores fictícios de que se supõem eternos depositários, arrojando-se, em desvario, às linhas abismais da loucura.
6 Convidou-nos o Divino Mestre ao equilíbrio, à cordura e à humildade, para que aprendamos a possuir em nome do Pai Excelso, a Quem pertencem toda propriedade, todo poder e toda glória da vida.
7 Procuremos, desse modo, o clima de tolerância fraterna em que o Senhor exemplificou na Terra a sua lição sublime para que estejamos seguros nas construções imperecíveis da alma.
8 À frente da crueldade e da violência, da ignorância e da insensatez, mantenhamos acesa a chama do amor, à maneira da fonte límpida que, servindo e cantando, corrige os rigores da paisagem e fecunda o seio da Terra.
9 Não vale trocar golpe por golpe, injúria por injúria, mal por mal…
10 Convocados à edificação do Reino de Deus no mundo, a começar de nós mesmos, é imprescindível saibamos suportar para renovar, sofrer para soerguer, apoiar para levantar e renunciar para possuir.
Emmanuel
Psicografia em Reunião Pública.
Data — 4-3-1957.
Local — Centro Espírita Luiz Gonzaga, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas.