Nascimento: São Paulo, 16 de fevereiro de 1956 — Desencarnação: São Paulo, 06 de julho de 1973. Filho de Wady Abrahão e Jandira do Amaral Abrahão. Irmã: Axima Abrahão de Oliveira, casada com Wilson Benedito de Oliveira.
Certa noite, deitado, com as luzes do quarto já apagadas, o Sr. Wady Abrahão cismava, ainda de olhos abertos, enquanto ao seu lado a esposa dormia.
Súbito, pela porta do quarto entra o Wadyzinho, alegre, jovial, exatamente como ao tempo em que era vivo. O pai, arquitetou, então, em rápidos segundos, um plano fantástico…
Tentaria agarrar o filho, no momento mais oportuno; assim, reteria em seus braços o companheiro tão querido que o destino lhe roubara do convívio.
Quieto, sem mexer-se, o Sr. Wady acompanhou o filho que foi até o lado em que a mãe repousava, beijou-a carinhosamente e voltou-se para o pai que a essa altura já escorregara pela cama, ficando em pé, sorrateiramente, para alcançar os seus secretos objetivos — agarrar o filho morto. Recebeu estático o abraço do Wadyzinho que, em seguida, voltou para o lado da mãe e, em pé, sorria para os pais, irradiando infinita alegria.
Era o momento azado… Calculando a distância, num salto felino, o Wady pai pulou por toda a extensão lateral da cama, direto sobre o filho que sumiu misteriosamente.
“Meu filho! meu filho!” — gritando freneticamente o pai correu por toda a casa, acordando os familiares, mas não conseguiu reter consigo o filho dileto.
Dois dias depois, em Uberaba, o casal recebe a mensagem Presente de Aniversário, primeira dessa sequência que apresentamos do Wadyzinho.
Na mensagem o filho diz, quase ao final: “pois mamãe sabe que nos últimos dias pude trazer a ela uma rosa em forma de beijo. Ao papai, abracei de tal forma que ele propriamente me viu”.
Além do casal Abrahão, da filha e do genro, ninguém mais sabia do ocorrido. Wadyzinho confirmou pelo Chico, que desconhecia completamente o episódio, que realmente estivera com o pai e que sua visão de olhos abertos fora realidade. E se não conseguiu agarrá-lo é porque motivos outros o impediram…
Este é o Wadyzinho que nós reapresentamos no livro, após sua participação em Jovens no Além. O mesmo filho, carinhoso, amigo, devotado servidor de Jesus, constantemente perto dos familiares queridos, ainda que correndo o risco de ser agarrado…
Se o pai não conseguiu vê-lo no túmulo, através das noites intermináveis de convivência, como se recorda o leitor de JOVENS NO ALÉM, viu-o, contudo, em sua própria casa, dois anos depois.
1 Querida mãezinha, meu querido pai, meus queridos Axima e Wilson. Primeiro Deus em nosso encontro. E a Deus reafirmo os votos de sempre por nossa paz.
2 Roguei aos benfeitores espirituais a vez necessária para falar. Tomei o lápis, com aprovação. Estou aqui, mãezinha, desde ontem, ao lado de vocês, para felicitá-la. Deixei a reunião com amigos diversos e os nossos amigos da Vida Superior me observaram com tanto desejo de saudá-la, no amanhecer deste maravilhoso dia, que me permitiram solicitar à nossa irmã residente em Goiânia, para cooperar com o seu filho, na mensagem de uma rosa.
3 Nossa irmã Augustinha atendeu e confiou. Meu Deus, isso foi uma bênção de felicidade para o seu Wadyzinho. Consegui fazer-me visto, entregar a flor em Espírito e aqui estou completando: receba, mãezinha querida, o meu abraço de parabéns. Aniversário de mãe é luz para os filhos. Compartilho a nossa festa do coração e peço a Jesus lhe acrescente as primaveras de força e esperança, alegria e paz.
4 Agradeço às nossas irmãs de Goiânia que, através das vibrações iluminadas de amor, me favoreceram com os recursos de aproximação. Com isso, mãezinha, desejava começar as felicitações do seu querido natalício com as estrelas.
5 Acreditem. As lágrimas me sobem do coração para os olhos. Lágrimas de reconforto e de alegria. Se posso, meu pai, peço-lhe me auxilie com um presente de imenso valor para mamãe, para mim e para os seus filhos Wilson e Axima. Hoje, mãezinha aniversaria na Terra. Amanhã, o seu Wadyzinho está contando primaveras na Vida Espiritual. Dê-nos uma festa, papai. Essa alegria será a alegria de vê-lo com o tratamento indispensável à saúde. Queremos sentir-lhe a tranquilidade e a segurança.
6 Sei. Sei que para nós e especialmente para mãezinha, a sua presença no mundo, chefiando a família, é a presença de um anjo protetor. Sei que tudo devemos fazer para abençoar as suas horas, regozijando-nos com a bênção de suas atitudes e providências que são sempre recursos maiores para a garantia da nossa felicidade.
7 Mas, o corpo na Terra é comparável a um barco. 8 O Plano físico é um grande mar. 9 A existência é uma travessia laboriosa. 10 As provas são tempestades. 11 Os desgostos e contratempos são agressões de forças que desconhecemos nas águas pesadas, sobre as quais a nossa viagem se processa, dia por dia. 12 As tentações são as rochas ocultas que precisamos evitar e contornar, a fim de não interrompermos a execução dos planos de caminho que nos compete observar. 13 E a luz que nos orienta, no campo das horas, é Jesus, meu querido pai, Jesus que nos apresenta os roteiros certos. 14 E de Jesus recebemos os companheiros mais certos e mais adequados ao êxito da nossa jornada, porque Jesus espera de nós serviço e cooperação, confiando-nos as afeições queridas que se mostrem capazes de nos oferecer apoio e cobertura ao êxito nas tarefas que nos assinalam a viagem.
15 Por isso mesmo, querido pai, o corpo é um barco que precisamos reparar quando em avaria e proteger sempre a fim de que não venha a soçobrar. Sem dúvida, seu filho compreende. Estivemos doentes de saudade na separação uns dos outros. E digo estivemos porque a fé viva dissipou as sombras e estamos de novo juntos pela certeza de que a vida é a lei que se oculta na morte. Rogo, assim, a sua adesão aos nossos desejos.
16 A medicina é uma ciência de Deus para sanar nossos males ou diminuí-los, quanto possível, segundo as nossas necessidades. E Deus nos quer felizes e valorosos, tranquilos e animados para o serviço à frente. Trate-se, papai. Se eu aí estivesse diria — “meu querido coroa, não podemos cair aos pedaços” — e sei que você me ouviria. Agora, porém, quase que não posso brincar assim tanto. Mas fico embananado com essa situação. Precisamos que você se mande para fora dessa doença de saudade que já nos deixa a todos incrementados com tantos pedidos. Confiamos em você e não se afaste de nossa enfermagem espiritual.
17 Não se mantenha longe de nossas reuniões. Olhe, meu pai. É justamente com os outros que recebemos o socorro maior. Lembre-se da nossa oração de São Francisco: “é dando que se recebe”. Junto de nossos irmãos da família humana é que podemos entrar nesse câmbio bendito. Auxiliar e sermos auxiliados. Querer bem aos outros para sermos queridos. E festejemos todos a alegria de estarmos juntos. Rogo a você não forçar a porta da vinda para cá. Isso nos complicaria muito.
18 Recebi as suas solicitações, antes de virem. Você, pai querido, me pediu sinais. E os maiores são estes: alimente-se como é preciso, use os medicamentos de apoio com a devida orientação, procuremos o socorro espiritual da nossa casa de preces e fique alegre. Já sei toda essa história de nossas ansiedades aí, para abreviar a saída em viagem. A pessoa não toma qualquer medida violenta, mas vai largando o barco nas ondas. Hoje, não receber a assistência precisa; amanhã, fugir do tratamento; depois de amanhã, escolher um caso qualquer para desespero; depois, um motivo para tristezas forçadas e, a pouco e pouco, gemendo e fingindo aos outros, a pessoa parece que se vai enquadrando para o passaporte em madeira. Nada disso conosco, pai. Jesus nos quer felizes e trabalhando para sermos mais úteis, sempre mais úteis.
19 Aqui estamos vários amigos presentes, Augusto, Tato, Jair e eu. A turma. Ontem, Cláudio, Valmir, Wellington e eu. A quadra prossegue. Augusto beija a nossa irmã Yolanda com aquela ternura e nós todos aguardamos o livro. É curioso. Quanto mais recebermos em vibrações de simpatia, mais fortes nos sentiremos. E a estrada para diante de nós é cada vez mais luminosa e mais linda.
20 Rogo digam aos amigões Cláudio, Valmir e Wellington, especialmente, que a vida só é difícil para quem deseja o que é fácil, e só é pedra para quem gosta de se encarangar em moleza. Wellington precisa dedicar-se mais aos livros. Estudar é formar-se e formar-se é realizar-se para servir com mais segurança. Estudar no colégio e em casa, no trabalho e na vida. Esse negócio de provas somente em lições de escola, já era. As provas para estudo de nosso Espírito se verificam todos os dias. E todos somos professores uns dos outros.
21 Esta carta vai longa; no entanto, quem escreve letras compridas é porque não sabe explicar curto. Tenhamos paciência.
22 Temos aqui uma companheirinha que nos recomenda transmitir muito carinho e saudade ao papai, nosso irmão Pedro Biondi. É a nossa irmã Flavinha cuja solicitação devo satisfazer, embora sejam muitos os nossos amigos daqui desejosos de se fazerem notados.
23 Wilson e Axima, queridos irmãos, continuemos unidos. Sem pausa no trabalho, sem esmorecer na luta que nos prepara e habilita, na maior compreensão. Não precisamos recear o caminho a trilhar. O Senhor vai conosco. Confiemos em papai melhor da saúde e mais tranquilo.
24 A flor desta manhã foi precedida por outra, pois mamãe sabe que nos dias últimos pude trazer a ela uma rosa na forma de um beijo. Ao papai abracei de tal modo que ele propriamente me viu. Como observamos, queridos irmãos Wilson e Axima; estamos unidos sem adeus, sempre na mesma ligação vidrada de família compacta.
25 E agora, com a nossa alegria em nosso templo de paz e amor, a saudação aos amigos e irmãos de grupo, com a nossa querida irmã Guiomar à frente.
26 Tchau é a palavra. Um “tchau” recheado de abraços e beijos: E agora, vou em meu carango — um carango de bênçãos por me sentir feliz em vê-los todos felizes com a proteção de Jesus. Continuemos na certeza de que com Jesus venceremos em nós e fora de nós.
27 Meu querido pai, minha querida mãezinha, queridos irmãos Axima e Wilson e queridos amigos e companheiros presentes, um abração do filho e irmão reconhecido, sempre devedor reconhecido de todos,
Wadyzinho
05 de julho de 1975
A página Presente de Aniversário foi recebida na manhã de um sábado, 5 de julho, aniversário de D. Jandira do Amaral Abrahão.
Na madrugada daquele sábado, uma senhora de Goiânia, D. Augustinha — Augusta Soares Gregoris — em visita a Francisco Cândido Xavier, sonhara com um jovem que lhe pedia para entregar uma rosa branca à mãe que aniversariava. D. Augustinha acordou sob o forte impacto de sonho tão claro, providenciou a rosa e foi até a reunião marcada naquela manhã pelo Chico. Lá chegando, contou ao Chico o sonho e ele apontou D. Jandira, dizendo ser ela a mãe do jovem que lhe aparecera em sonho e, realmente, D. Jandira identificou o filho pela descrição feita por D: Augustinha.
Wady, pouco depois, em suas páginas, agradece à senhora goiana, por haver captado o seu desejo de presentear a mãe.
Outras passagens há nestas linhas do Wadyzinho, dignas de estudo. Uma delas é a advertência do jovem ao pai, no início da mensagem, sobre a necessidade de cuidar da saúde.
O Sr. Abrahão nos contou que o filho “acertou na mosca”, pois realmente trazia uma úlcera na perna e, a despeito das recomendações dos familiares, não se cuidava propositadamente. Mais adiante o Wadyzinho pede ao pai para não forçar a porta do lado de lá, clara alusão aos planos de suicídio indireto a que se ligava o pai que, displicente com a saúde, correndo a 160, 170 por hora com o carro, pensava tão somente em reencontrar o filho no Plano Espiritual.
Os diálogos do filho querido com o pai, através da psicografia de Chico Xavier, muito transformaram o Sr. Wady, de modo a encontrarmo-lo alegre, feliz, jovial, quando da entrevista que com a família realizamos, para a elaboração destas páginas.
No encerramento da mensagem, Wady comenta: “A flor desta manhã foi precedida por outra — pois mamãe sabe que nos últimos dias pude trazer a ela uma rosa em forma de um beijo. Ao papai, abracei de tal modo que ele propriamente me viu”. É referência ao que comentamos com o título de A Visão do Sr. Wady.
Cláudio, Walmir, Wellington, são os seus amigos de colégio, Cláudio Marcelino da Silva, Walmir Carotnuto e Wellington Gloedem Soares. O Wellington confirma que realmente estava encostando o corpo, com relação aos estudos, como fala o Wady.
Flavinha é a Flávia Canzi Biondi, filha de Pedro Biondi e Margarida Canzi Biondi, residentes em São Bernardo do Campo. Flavinha faleceu em Santos com 2 anos de idade, no dia 6 de junho de 1972.
1 Querida mãezinha, meu querido pai e querida Axima, com o nosso caro Wilson. Um pensamento de respeitoso amor para Jesus, rogando a bênção d’Ele, nosso Divino Mestre, para nós todos.
2 Perdoarão os corações amigos presentes se tomo o lugar de tantos. Nosso amigo doutor Bezerra fez a escala no time da fraternidade e da paz e sou eu, embora sem mérito, quem deve escrever com as notícias do nosso campo de ação.
3 Venho, queridos pais, agradecer como sempre o carinho com que fomos recebidos. Reportamo-nos às páginas que começam a funcionar com o jornal do Além que a Bênção do Senhor nos permitiu veicular, conjugando esforços. É a mensagem que nos foi possível divulgar — a certeza de que prosseguimos em outras faixas de trabalho no reino vibratório em que todos existimos.
4 Diz o nosso caro doutor Bezerra : — “Fale Wady, temos conosco muitos pais que viram os filhos desaparecer da visão física e que se encontram conosco, pedindo consolação. Fale e diga que a morte não existe. Repita isso, porque a verdade reclama semelhante operação. Trabalhemos para que a dor não fira assim tanto…”
5 E obedeço, rogando aos corações queridos aqui intimamente associados para que nos elevemos todos ao Alto, suplicando a Deus nos fortaleça e nos abençoe. Estamos interpretando a lição do samaritano. E penso, mãezinha querida, que Jesus teria refletido no futuro em que hoje nos surpreendemos, observando tantos acidentes nas estradas do mundo. O homem que viajava se via fora dos seus. Experimentou a queda no pó e foi socorrido por alguém que nem mesmo o conhecia.
6 E presentemente encontramos semelhantes quadros, em tantos lugares, que efetivamente poderíamos definir essa provação como sendo uma luta em toda parte. E temos os corações dilapidados de pais e mães, de esposas e companheiros, de irmãos e amigos, que se observam ralados de angústia, aguardando a calma e a fé por remédios providenciais que os arrebate à febre do desespero. É por isso que agradecemos a Jesus a possibilidade de haver endereçado as nossas páginas especialmente aos que sofrem separação e tristeza à frente da morte.
7 Meu pai, minha mãe, é tão difícil levantar criaturas do mergulho no desânimo! Entretanto, estamos todos juntos para essa campanha de esperança. Aos poucos me integro mais profundamente nessa caravana bendita de irmãos empenhados no cultivo da fé. 8 Entendemos que a imortalidade é o comunicado central de Cristo, que não se esqueceu de laurear a Sua Obra com a bendita demonstração da vida eterna. E, em torno de Jesus, formamos fileiras, condensando propósitos e pensamentos nas tarefas a que nos consagramos para o reavivamento da convicção nos ensinos inolvidáveis do Evangelho.
9 Compreendo que trouxe minhas bases da nossa querida Comunidade Unida a Cristo. Mas tudo o que vou aprendendo agora sobre comunicação, intercâmbio espiritual, mediunidade e reencarnação, pode se ajustar aos alicerces do Cristianismo que a todos nos reúne no mesmo esquema de paz e segurança. Por isso mesmo, rogamos aos pais e mães, presentes conosco, para que continuem pensando nos filhos que vieram para cá, na condição de ausentes e não de afetos extintos. A vida remanesce da vida. O trabalho prossegue e o aperfeiçoamento continua.
10 Pudéssemos e quebraríamos todas as barreiras de separação que encharcamos de lágrimas, a fim de que somente a alegria permaneça em nós, na fé serena e perfeita. Entretanto, é indispensável aceitar as Leis Divinas que estabelecem tempo e lugar para cada um de nós, no que tange aos assuntos da ausência compulsória.
11 Todos temos provas e inquietações para burilamento. Não fazemos a promoção da dor, como se a dor devesse ser aplaudida por indução ao aniquilamento; no entanto, agradecemos a presença da dor, em nossas vidas, simbolizando educadora que nos corrige os impulsos. Sem ela, seria realmente difícil a compreensão que nos patrocine a aquisição de luz para a Vida Maior.
12 Assim, meu pai e minha mãe, conversando com os familiares, falamos a todos e a todos nos dirigimos, solicitando esperança e paz. O caminho se desdobra à nossa frente. Saibamos trilhá-lo na posição de samaritanos uns dos outros. Quis Jesus, com expressiva lição, ( † ) personalizar na parábola a presença do irmão anônimo que devemos ser cada um de nós, nas estradas do cotidiano, porque todos teremos o instante da necessidade de braços fraternos que nos arranquem à sombra do desalento.
13 Na fala de hoje, em que buscamos exprimir com segurança o nosso intercâmbio, em todos os tons de entendimento, acrescentaremos que, no mundo, todos temos o dia da fossa em que não dispensaremos o concurso amigo das mãos que venham sacar-nos da aflição para o retorno à paz de espírito. As tarefas são nossas. 14 Os anjos nos auxiliam, mas não nos substituem. O Senhor é o Senhor, de cuja Bondade Infinita recebemos tudo em nosso favor, mas recolhemos da misericórdia d’Ele o privilégio de ser o apoio mútuo, no domínio de nossas relações no dia a dia de nossa existência.
15 Muitos amigos se acham ao nosso lado. E amparam-nos. Nosso caro Jair Presente traz com ele uma irmã — a nossa irmã Anita n — que esclarece à filha estarem amparados os pequeninos Marcelo e Eduardo, transferidos para a Vida Maior. 16 E o jovem Carlos Eduardo pede à nossa irmã Letícia serenidade e coragem para seguir à frente, porque vem colhendo os melhores benefícios dos novos caminhos a que foi chamado e promete escrever, logo que isso lhe seja possível, conquanto, em diversas ocasiões, já se tenha manifestado, indiretamente, de modo a confortá-la.
17 Nossa irmã tia Clotilde pede ao nosso querido Wilson continuar valoroso na jornada adiante. E tantos companheiros outros aqui se reúnem junto de nós, desejando expressar reconhecimento e ternura! Ainda assim, estamos subordinados às nossas limitações e não temos outro recurso senão conformar-nos. 18 Nosso amigo Paulinho ' agradece aos pais queridos o amor e a confiança com que lhe receberam as notícias de paz e reconforto e declara-se decidido a avançar na senda do progresso.
19 E aqui, meus queridos pais e queridos irmãos, devo terminar este noticiário do coração. Abraço a todos os amigos e agradeço aos pais queridos a contribuição com que prestigiam as nossas tarefas de sempre. É muito a dizer e curto é o prazo de que dispomos.
20 Pai querido, você felizmente, está melhorando nas forças gerais. É isso, querido benfeitor e amado companheiro que Deus me concedeu para viver. O corpo é um barco sumamente precioso que nos exige na Terra a maior das atenções para estar viajando e agindo com segurança ou ancorado com a bênção de Deus para o fortalecimento preciso.
21 E agora, um abraço que não é de despedida e sim um abraço de alegria e reconhecimento em serviço.
22 Meus queridos pais, Axima e Wilson, irmãos abençoados de sempre, com todos os nossos afetos presentes e ausentes, recebam o carinho e a gratidão, com as muitas saudades e lembranças do filho e irmão reconhecido, sempre e cada vez mais reconhecido,
Wadyzinho
26 de outubro de 1975.
Muitos dos nomes mencionados por Wady já foram identificados no decorrer destas páginas.
Lembremos, ainda, que Carlos Eduardo é o Carlos Eduardo Arias de que fala Carlos Alberto anteriormente e que D. Clotilde é a mãe do cunhado do Wadyzinho, o Wilson: D. Clotilde Brigante de Oliveira, desencarnada em 1973, é nossa conhecida de JOVENS NO ALÉM, quando numa das mensagens puxa os orelhas do filho, pelo seu amor à velocidade nas estradas.
Dois nomes surgem pela primeira vez:
1 — Irmã Anita — Anita Lobato Franco, mãe de D. Elizabeth de quem fala Jair anteriormente. Faleceu em Campinas a 23 de outubro de 1970, com 56 anos.
2 — Nosso amigo Paulinho — Paulo Guimarães Barreto, carioca de nascimento, mas que encontrou a morte aos 17 anos em São Luiz do Maranhão, no dia 6 de agosto de 1975. Seus pais, Francisca de Assis Guimarães Barreto e Antônio Lucena Barreto, residem em Santos.
Cremos que a nova interpretação aqui dada pelo Wady à Parábola do Samaritano ( † ) é o ponto alto do conteúdo doutrinário da mensagem. Muitas são as colocações exegéticas a respeito da parábola, todas buscando destacar o amor ao próximo, o segundo mandamento que Jesus nos legou, como o fermento essencial em nossas vidas. O Espírito de Emmanuel em imagem muito feliz, adverte-nos de que o samaritano não procurou saber quem era aquele homem caído, qual sua condição social ou pensamento religioso: socorreu-o, sim, por estar diante de um filho de Deus, credor de todo o nosso respeito.
Já Wadyzinho traz, sem dúvida, outra contribuição ao estudo da parábola, comparando as páginas que os jovens desencarnados nos têm trazido do Além, como o lenitivo do samaritano aos pais aflitos e em desespero que na estrada de Jericó esperam ansiosos pelo bálsamo de reconforto, fulminados que foram pela perda dos filhos queridos.
E com que carinho os rapazes do Além voltam para abraçar os pais, falar da vida além da morte, conclamando aos corações generosos que aqui ficaram a prosseguir na estrada que invariavelmente no futuro unirá pais e filhos, no infinito amor de Jesus, distantes do fantasma da morte.
1 Querida mãezinha, meu querido papai. Peço a bênção com que me fortalecem.
2 Festa dos vinte anos de chegada à Terra. E a casa de nosso afeto continua iluminada de alegria. Parece-nos impossível entrar no domínio das recordações em que se nos vê a memória, quando os primeiros dias da infância no Plano Físico se desdobram. Realmente, os detalhes se esfumam à distância, mas a luz do amor com que somos recebidos em casa permanece brilhando nos recessos da alma. É por isso que me ajoelho, em espírito, diante dos pais queridos, para dizer “obrigado”.
3 Os dias como que se desfazem na máquina do tempo; no entanto, as construções espirituais a que nos entregamos, no curso das horas resistem à força dos minutos que se assemelham às gotas d’água que terminam por varar a pedra ou edificar novas formas de vida e de encantamento, nas áreas da Natureza.
4 Estou emocionado, papai, ao registrar-lhe a renovação e o seu carinho. Suas forças são outras. As bênçãos de sua paz nos alcançam a todos. E até mesmo o vovô Abrahão n aqui comigo nos afirma que tem conseguido oportunidades mais amplas para trabalhar nas tarefas que o vinculam a Sumaré.
5 Mãezinha, a nossa festa é de tal modo significativa, que a nossa irmã Laís n nos trouxe flores, as flores que retratam a revoada de pétalas em que nos sentimos imersos, em nossa celebração. Amigos da Vida Superior quiseram que a nossa alegria fosse abençoada pelas preciosidades de nossos jardins do mundo e as rosas se fizeram visíveis aqui também. 6 Celebramos vinte anos de existência física do seu Wadyzinho e sei que a sua ternura estará recordando até o próximo 16 n todos aqueles sonhos com que as suas mãos me esperaram, e não permita, mamãe, que as lágrimas de tristeza interfiram em nossa festa de corações.
7 Estou mais vivo, agora que renasci em outras faixas de trabalho. Os horizontes se ampliam. Ontem, éramos alguns apenas. Hoje somos muitos. E amanhã seremos muitos mais. Trabalhar pelo mundo renovado em Jesus é o nosso programa. Meus pais queridos foram para mim os anjos protetores para que em pouco mais de quinze fevereiros pudesse começar a mensagem.
8 A nossa Comunidade Unida a Cristo está crescendo, do lado de Cá. n E não esmoreceremos. 9 O amor de Jesus é traço de união para sempre, entre os homens. E, além disso, Ele, Nosso Senhor, veio aos que se perdiam, principalmente. Aos que se perdiam no tempo perdido, porque para Deus ninguém se perde. 10 A criatura dispõe de liberdade para se estragar como quiser ou para contrair débitos, como queira, mas não pode livrar-se da obrigação de viver, porque a vida é também Deus em nós.
11 Depois que as nossas modestas palavras se xeroquizaram, nas páginas que receberam a dedicatória de “JOVENS NO ALÉM”, os nossos compromissos se alargaram. Temos um gabinete de chamados a receber. E nesses chamados a receber tenho tido o ensejo de entrar em contato com centenas de companheiros e lares que se nos descerram à colaboração. Aquilo que aprendi em nossa casa da Água Rasa e os princípios que me atingiram nas vivências de Sumaré formam a base das tarefas a que me dedico.
12 Jesus para nós todos é compreensão para cada um daqueles amigos da Humanidade que suportam a carga dos problemas e obstáculos mais dolorosos. Então, nessa empresa benemérita, a cada instante, encontro as aflições e as lágrimas de tantas almas queridas que se iluminam de repente na prece e criam para nós outros campos de trabalho que resultam em felicidade maior para cada um de nós.
13 Obrigado, papai, pela sua tranquilidade que me asserenou o coração. De sua paz, consegui partir para o levantamento da paz em outros pais que clamam pelo socorro do Senhor. É verdade que as suas mãos operosas resolveram diminuir, um tanto, o ritmo das indústrias, criadas por seu gênio de obreiro do progresso, mas os nossos empreendimentos de elevação espiritual se fizeram maiores.
14 Agradeço ao nosso caro Wilson o apoio de sempre. Ele é o irmão que a Bondade de Deus me trouxe para fazer por mim o que não era de meu alcance. Peço digam a ele e à nossa querida Axima de meu reconhecimento. Sei que o irmão regressou ao lar para seguir de perto a saúde de nossa Axima n e com eles permanece a tia Clotilde, velando e abençoando as nossas preces.
15 De minha parte, venho solicitando o auxílio de médicos amigos da Espiritualidade, com o nosso amigo Doutor Bezerra à frente, para que nos ajudem na assistência à nossa querida Axima. A oração tem sido o recanto a que me entrego, todas as vezes em que os nossos desejos no tocante à irmãzinha se nos misturam nos corações. Peçamos a Deus para que a vejamos fortalecida nas mais íntimas energias. A ela e ao nosso caro Wilson agradeço o esforço constante na cooperação fraterna, em auxílio às nossas realizações.
16 Nossa querida irmã Guiomar n está erguendo com devotamento e carinho incessantes o núcleo de jovens e crianças que serão os companheiros amadurecidos do futuro. Deus a sustentará, a fim de que em nosso templo do Perseverança possa Jesus encontrar clima sempre mais amplo, a fim de manifestar-se nas boas obras. 17 Se eu pudesse, traria todos os amigos, com os nossos queridos Walmir, Wellington, Cláudio, Jaime n e tantos outros às nossas vanguardas, de modo a promovermos a união cristã de quantos pudessem consagrar ao Evangelho o melhor das próprias forças, sem distinção de limites ideológicos; 18 no entanto, as tarefas religiosas são institutos de ensino, cada qual em determinado currículo de lições, e tão somente os mensageiros do Eterno Bem saberão efetuar as ligações que almejamos de maneira definitiva.
19 Conforta-me reconhecer que na dimensão a que fui trazido já conseguimos reunir muitos elos da corrente cristã que, um dia, com a Bênção de Jesus, estará plenamente encadeada no amor imperecível, desde o último dos sofredores da Terra até à Luz de Deus. 20 Até lá, é preciso aquecer o coração na fé, olvidar disposições pessoais, abraçar as criaturas e, em seguida, situar nossas mãos e pensamentos na atividade constante, para que o bem de todos se faça.
21 Tudo é grande e tudo é belo nas menores expressões de bondade humana, ante o Reino de Deus. O mais ligeiro toque de auxílio fraterno é uma bênção. Todos somos filhos do Misericordioso Pai e tudo o que fizermos de bom, no amparo e na alegria do próximo, é amor à Providência Divina.
22 Papai e mãezinha, mais uma vez, beijo-lhes as mãos e, em nome de quantos foram beneficiados em meu pobre nome, trago-lhes a minha gratidão enternecida. Fui eu quem recebi tudo isso: o bendito dinheiro às nossas instituições, sejam elas dessa ou daquela nuance da caridade, as visitas que fizeram para o reconforto dos que nos cercam, os pacotes de socorro n doados com tanto desprendimento dos bens humanos, as flores e as orações, em louvor dos outros, são bênçãos para mim. Peço a Jesus para que, um dia, possa responder aos meus pais queridos e aos irmãos abençoados, oferecendo-lhes o carinho com que me alegram tanto e que ainda não tenho para dar.
23 Deus que levantou o céu em quadros de estrelas e que desenhou mensagens de flores no chão da Terra para todos os seus filhos e filhas, recompensará aos meus benfeitores que tomaram no mundo a feição de luzes para mim. Meu pai e minha mãezinha, querida Axima e querido Wilson, muito obrigado. Deus os recompense. Recebam todo o amor e toda a gratidão do filho e irmão cada vez mais reconhecido,
Wadizinho
14 de fevereiro de 1976
Empolgado pela melhora do pai, mais animado, reintegrado aos misteres profissionais, e dedicado a atividades beneficentes no grupo espírita a que se ligou, Wadyzinho não disfarça a alegria e desabafa: “Estou emocionado, papai, ao registrar-lhe a renovação e o seu carinho”. Mencionemos as citações que vão surgindo no desdobrar dessa conversa, já mais tranquila do jovem com a família:
1 — Vovô Abrahão — avô paterno Jorge Abrahão, desencarnado há 30 anos, em Sumaré, SP. Segundo o Wady, também o avô desencarnado, dada a maior tranquilidade do filho, passou a dedicar-se mais às suas responsabilidades espirituais, em Sumaré.
2 — Nossa irmã Laís — Sra. Laís Aguzzo, de São Paulo, presente à reunião em Uberaba e que horas antes havia levado ao Chico algumas rosas, transferidas pelo querido médium à família do Wady. Estava próximo o aniversário de nascimento deste valoroso jovem — 16 de fevereiro.
3 — Aniversário de nascimento do Wadyzinho.
4 — A nossa Comunidade Unida a Cristo — Wady fala nela também na mensagem anterior. Em Jovens no Além tecemos comentários da instituição de inspiração católica que Wadyzinho coordenava, quando na Terra, com a finalidade de levar aos jovens a palavra de Jesus. Wady transportou o nome para o grupo de jovens do Plano Espiritual.
5 — Antes da reunião em que Chico recebeu a mensagem, o cunhado do Wadyzinho voltou para São Paulo, para cuidar da esposa, sob repouso médico.
6 — Guiomar — Guiomar de Oliveira Albanese, dirigente do Centro Espírita Perseverança, da capital paulista.
7 — Nossos queridos… — Apenas o Jaime não fora citado na mensagem anterior. Jaime da Silva, também colega de estudos, como os outros, já aparece em JOVENS NO ALÉM.
8 — Os pacotes de socorro — gêneros que seus pais haviam levado e distribuído a famílias carentes, visitadas pelos companheiros de ideal cristão.
Caio Ramacciotti