24|12|1941
1 Meus queridos filhos, Deus abençoe a vocês, concedendo-lhes ao coração muita tranquilidade para as lutas de cada dia.
2 Desde alguns dias aguardo a oportunidade de manifestar o meu agradecimento pelas suaves alegrias deste mês. Não sei traduzir no lápis as emoções sagradas da alma, entretanto, no entrelaçamento de nossas emoções procuro levar-lhes ao espírito esses sinais de gratidão e de amor que coisa alguma pode extinguir. Todos nós presenciamos o culto doméstico de 14 e com lágrimas agradeci a Jesus a nova estrela que se reacendia. 3 “O culto familiar é uma praia de sublime repouso e de santo alimento. O ensinamento sagrado transforma-se em companhia incessante, é luz de cada minuto a esclarecer os problemas obscuros da Terra e a revelar os caminhos necessários.” Não podem vocês imaginar, por enquanto, a extensão total dos benefícios a serem extraídos desse manancial de claridades do Infinito. 4 Muitas criaturas se perdem nos desfiladeiros por falta da lanterna ou da lâmpada em que a lição de Cristo se constitui no azeite revigorador ou na energia de realização. A entrosagem nos conhecimentos da revelação divina enche a nossa alma de possibilidades novas e quando somos compelidos a abandonar os envoltórios da Terra representam a riqueza real, o ouro bendito acumulado no coração à custa de grandes disciplinas e, por vezes, de penosos sacrifícios.
5 Compreendem vocês o nosso júbilo? Estou certo que sim. No Planeta, ou fora dos seus laços, a alma pode partilhar da grandeza e dos tesouros do céu.
6 Comentando semelhante satisfação, deixo-lhes os meus votos de Feliz Natal, pedindo ao divino Mestre lhes enriqueça os corações, cada dia, com as suas dádivas de luz para a vida imortal!
7 Naturalmente que o meu coração está repleto das lembranças cariciosas do passado. A vasta mesa, os contentamentos de pai, as alegrias da noite sagrada!… Tudo era um desejo santificado de união e a consoada não era outra coisa senão o símbolo de partilha do mesmo cálice espiritual, dilatando o nosso ideal de harmonia, de compreensão e de amor!…
8 Deus permita, meus filhos, que o bolo do Natal reúna, anualmente, os filhos de Seu amor em cada lar cristão. Cada ano, os mesmos convivas, os mesmos irmãos participam do símbolo, mas são muito raros os que conservam no íntimo a disposição de fraternizar e de unir! Eis por que as saudades, por vezes, costumam ser mais doridas, mas, ao seu lado, há grandes trabalhos de esperanças novas. Graças ao Todo-Poderoso temos aprendido que as oportunidades se renovam sempre. Se não foi possível solucionar todas as questões num período secular, teremos outros séculos. Se aquela mesa não atendeu a todo o idealismo, outra ser-nos-á enviada e as noites sagradas do porvir nos encontrarão imantados no amor cada vez mais puro.
9 As dificuldades humanas passam e sobre a Terra muitas situações aparentemente sérias não passam de envoltórios inúteis. A única realidade é a de nosso espírito com os seus patrimônios duradouros. Minhas palavras não devem ser interpretadas por vocês à conta de saudade enfermiça, mas sim como demonstração de que já nos é possível mirar o pretérito sem temer as frentes de combate purificador dos nossos planos de luta. Estamos trabalhando e isso é o essencial. Se, às vezes, há grande suor e ameaça de lágrimas nos labores do dia, a noite é uma grande bênção, em que esperamos n’Aquele que tudo pode. Dessa maneira, estejamos satisfeitos e valorizemos as bênçãos. Que vocês adornem a noite de Natal com as alegrias mais santas, são os nossos votos.
10 Depois do término da história de Alcíone, tive a felicidade de lhe ouvir o espírito sábio e generoso. A sua mensagem, meus filhos, é, ainda e sempre, a do amor e da harmonia. Quantos tesouros lhe devemos aos sacrifícios redentores? Por enquanto, não será possível efetuar o balanço. Nosso débito talvez fosse assustador aos nossos olhos. 11 Cheia de confiança em Cristo, ouvi-lhe sagradas expressões, como estas: “Sim, amado avô, é preciso não desfaleçamos no serviço divino. É impossível esquecer o horto de realizações terrestres. Em seus canteiros, há flores perfumosas, cheias de santificadas promessas! Algumas árvores começam a oferecer o fruto sazonado. Entretanto, ainda há espinhos em algumas plantas e é indispensável preservar flores e frutos já alcançados contra as aves daninhas que, por vezes, atacam o nosso esforço. Não esmoreçamos no labor. Conosco está Aquele que pode o mais e devemos confiar em Seu misericordioso poder. Levemos à nossa semeadura milenária o adubo da harmonia, do perdão, do esquecimento do mal!”
12 E quando lhe admirava as afirmativas, voltava a concluir: “Se for necessário, voltaremos mil vezes.”
13 Não tenho, meus filhos, outra mensagem a lhes dar mais elevada que esta! É uma recordação humilde deste Natal! Não posso encher os talões telegráficos do mundo com os votos humanos. Em compensação, posso trazer a presente mensagem nos fios do coração.
14 Que Deus os abençoe. E reunindo-os junto aos netos num grande e afetuoso abraço, sou o papai de sempre,
A. Joviano