01|04|1941
1 Meus caros filhos e meus caros amigos, Deus esteja com todos, proporcionando-lhes aos corações as bênçãos de Sua paz sacrossanta.
2 Venho do lar, onde fiz as preces silenciosas da alma. Entre os que dormem, o instinto paternal faz as preces mais comovedoras. Desejaríamos o despertar comum de todos, a atividade espiritual que opera, desde a Terra, a transformação necessária da alma, no entanto, em numerosas circunstâncias, precisamos recorrer aos benefícios da resignação em Jesus. Por outro lado, não sei agradecer ao Cristo os bens recebidos de sua generosidade divina. Todas as características do caminho fazem parte de nosso trabalho e será útil não desprezar o menor ensejo de lutas dignas, em favor de nosso próprio enriquecimento espiritual.
3 Na passada reunião, sentimo-nos em regozijo com a mensagem que vocês receberam da entidade de Caius Fulvius. Trata-se de um espírito hoje iluminado e justo, que compreendeu a porta bendita de Jesus e, que desde alguns séculos, já se afastou da Babilônia incendiada do mundo para serviços mais elevados. Ao tempo de Adriano, foi escravo misérrimo. Entre aqueles que se sentiram beneficiados pelos laços de amor, que uniram o grande grupo de nossos afeiçoados naqueles tempos, foi ele dos mais agradecidos, sabendo cultivar com dedicação as sementes sagradas que lhe foram conferidas.
4 Como vemos, meus filhos, tudo está vivo e palpitante! Os aguilhões mais enganosos do mundo são justamente os da morte. Nada desaparece a não ser o mal que, desde a primeira manifestação inicial, está condenado ao extermínio. Um gesto, uma ação têm sua trajetória no Universo como as vibrações de um corpo atirado à superfície das águas. O bem será dilatado ao Infinito com Deus e o mal terá a vida que lhe imprimia o esforço inconsciente da criatura. Mas, dentro desse critério, no capítulo das consequências, ambos possuem enorme poder: o primeiro como expressão divina e o segundo como característica humana.
5 Caius Fulvius foi um homem profundamente estranho em suas atitudes, entretanto, melhor que nós todos, soube aproveitar o primeiro contato com as sublimes influências do Cristo. Suas palavras revelam a preocupação afetuosa que nos acompanham nos esforços justos. Suponho que outros amigos virão ao nosso cenáculo familiar trazer o seu depoimento amoroso como ilustrações à margem da elevada biografia de Paulo de Tarso. As lições do passado são igualmente de profundo proveito a nós outros.
6 Na esfera de instrução evangélica em que permanecemos, na recomposição espiritual de acontecimentos que pareciam perdidos no espaço e no tempo, recebemos grandes impulsos com a revelação de quadros sublimes e imprevistos. De cada vez, um certo número de personagens chega até nós projetando o passado em figuras de indefinível beleza. Numa dessas demonstrações no plano espiritual, vimos a gloriosa entidade de Barnabé fornecendo detalhes da grande excursão dos apóstolos na Ásia Menor. A visão dos obstáculos encontrados, os óbices, as dificuldades, a ignorância popular dão para confortar qualquer discípulo pessimista dos tempos modernos, porquanto a atualidade não fornece situações comparativas. 7 Vocês leem, imaginam, nós aprendemos e recapitulamos. E o exemplo a ser aproveitado por nós outros é de um valor inenarrável! Sinto-me bastante satisfeito por vocês haverem cooperado na transmissão desse grande estudo do apóstolo tarsense. Um dia, hão de reconhecer que isso não é eventual, que tem seus profundos motivos de ser. Não sabemos como o trabalho será recebido pelos doutos em letras evangélicas, entretanto, temos a convicção de que a maioria saberá interpretar a narrativa com o coração, porque se muitos têm escrito sobre um Paulo de Tarso bafejado pela graça, ou sobre o intelectual que chegava dos grandes jogos de cultura do Judaísmo, esse esforço de Emmanuel nos fala do Paulo de Tarso humano e transformado às luzes de Cristo.
8 Agora, minha boa Maria, uma palavra sobre os netos. Sou de parecer que voltaram em boa forma para os estudos anuais. Wanda, com as mesmas disposições excelentes de sempre, e o nosso Roberto melhorando as perspectivas. Deus permitirá nossa paz, acreditando em que tudo siga bem.
9 Rogando a Jesus pela tranquilidade de todos, peço guardar o coração muito amigo do
Papai