O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Sementeira de luz — Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio) e outros


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O modesto escritório

30|10|1940


1 Meus filhos, Deus esteja com vocês, abençoando-lhes o coração.

2 A palestra íntima, como sempre, é também nossa. Vezes inúmeras, meus caros, tenho igualmente pensado naqueles espíritos queridos que nos acompanham, mais diretamente, pelos elos consanguíneos. Nunca poderia relatar o número de vezes em que regresso ao santuário doméstico, onde sinto o culto carinhoso de minha pobre lembrança.

3 O modesto escritório de velho professor, os livros arregimentados, como que esperando a palavra do dono, a caneta predileta, as coisas pequeninas da lembrança do lar que enfeitam o coração, tudo isso se revela ante os meus olhos, com aquela característica sagrada do reconhecimento amoroso da alma. Entretanto, aquele silêncio afetuoso das recordações assinala o fim de uma expressão corpórea da Terra. 4 Os arquivos mudos parecem uma dependência do túmulo, como uma biblioteca que parece sepultar os grandes pensamentos. É bom a conservação desse altar, mas ao espírito que partiu é mais agradável experimentar que os seus amados não estacionaram aí na expressão materializada das reminiscências do mundo. É agradável sermos lembrados pelas almas queridas de nosso séquito familiar, mas é melhor que sejamos acompanhados de perto por eles. Essa é a situação ideal e de justo contentamento por verificarmos que o amor é de espírito para espírito e que a carne não pode privar as suas santas manifestações.

5 Quando nos lembramos dos nossos, refletindo em suas possibilidades espirituais, necessitamos ponderar na diferença de que eles perseveraram em se acolher a uma expressão transitória da vida, repousando aí, sistematicamente, enquanto que vocês sacudiram as cinzas que me faziam desaparecer e me acharam de novo, para que pudéssemos continuar a mesma vida de intercâmbio sentimental, sob as bênçãos de Deus.

6 Positivando mais realmente a imagem, recordemos que das grades de uma prisão ou das janelas de uma escola dois prisioneiros ou dois discípulos estão no mesmo gesto de contemplação: um olha desajeitado para a lama do exterior, o outro, entretanto, contempla as estrelas do céu e encontra a beleza da vida.

7 Compreendem, agora, a diferença? Eis, pois, que nos resta a doce alegria de caminhar nas asas da mesma fé. Liguemo-nos as mãos espirituais e não nos perderemos nunca!

8 O discípulo que fixa o olhar no solo encharcado estará sempre disposto a tarefas difíceis com a lama dos caminhos. Seus desagradáveis respingos lhe podem manchar a roupa, isto é, os sentimentos restritamente terrestres, como o ciúme, a discórdia, a dúvida enfermiça, o desalento podem perturbar sempre essa alma que não descobriu as perspectivas do Infinito, mas aquele aprendiz que guardou no céu as esperanças do seu humilde olhar é também contemplado pelos céus e as suas oportunidades se multiplicam pelo alto valor que a vida adquire em sua larga e elevada concepção espiritual.

9 Portanto, já que tudo foi feito e providenciado, convém prosseguirmos na fé com firmeza, porque, no Plano em que me encontro, tenho recebido muitas vezes o ensinamento de que a criatura deve fazer tudo o que está ao alcance de suas mãos, mas com a sabedoria de entregar a Deus o resto que ficou por fazer. Essa é uma bela operação de nossos espíritos em cada dia de trabalho. Se Deus nos achar dignos, voltaremos à mesma oportunidade no dia imediato e a nossa construção, nesse ou naquele setor, será filha de sua sublime vontade.

10 Maria, continuo em vigilância, fazendo o possível junto aos netos, de modo que se encontrem convenientemente assistidos.

11 Deus esteja com vocês todos. E pedindo por você, meu caro Rômulo, a fim de que Suas bênçãos santifiquem seus trabalhos, guardem vocês o abraço muito amoroso do


Papai


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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