20|03|1940
1 Meus caros filhos, Deus proteja a vocês, abençoando-lhes o lar e o coração.
2 Aqui estou. A visita é sempre a mesma nota afetuosa de sempre. Sim, que a ventura de nos reencontrarmos é sempre uma claridade branda de doce alegria no mais íntimo do coração.
3 Use os remédios aconselhados, minha bondosa filha, e verá que, com a permissão de Jesus, você se sentirá mais forte. É, de fato, um resfriado, que se faz igualmente acompanhar de outras pequeninas perturbações que passarão com a prática dos conselhos indicados agora.
4 Quanto a você, Rômulo, acho-o melhor e mais forte. Depois quero ver se conseguirei indicar a você um bom remédio contra a facilidade de se resfriar. Será um preventivo. O nosso amigo receitista está dando uns passes em Maria e espero em Deus que isso passará depressa.
5 Peço-lhes dizer a Roberto e à Wanda que desejo a ambos o melhor êxito no ano entrante. Espero que continuem com os mesmos esforços de sempre, contando certo com a dedicação do Roberto, a fim de que não perca um novo ano. Tenho observado as lutas da Maria no ensino do “francês”, recordando as aulas, e rogo-lhes dizerem ao neto de minha esperança no seu bom aproveitamento quanto às lições maternas. Conservo a mesma confiança constante em ambos, não me cansando de pedir a Jesus que os abençoe e proteja em todas as ocasiões da vida, como se faz necessário.
6 Hoje, filhos, muito nos temos recordado de Jesus, em face da vibração dos sentimentos gerais nas esferas mais próximas da Terra, na lembrança de seus exemplos de fortaleza, de ânimo, de amor e de resignação. Em tais reminiscências, costumamos nos reunir igualmente nas afinidades dos sentimentos amigos e nessas reuniões sacrossantas recebemos profundas mensagens dos planos espirituais mais elevados, apenas com a diferença de que, para a sua recepção, não precisamos de um médium particular, mas sim da união de todos os pensamentos e ideias para a concretização dos elevados fins a que nos propomos atingir.
7 Com a graça divina, recebemos em nosso meio a palavra de Célia, cuja grandeza espiritual tem a mesma nota de amor que aquela que experimentam no ambiente humano, quando de nossos reencontros pelo intercâmbio espiritual. Sua palavra amorosa e lúcida nos fala que, em face dos desvairamentos humanos, Jesus ainda deve estar para nós todos como naquela hora amargurada de Getsêmani, em que o seu suor era mesclado de sangue, dentro da agonia íntima que lhe devorava o coração magnânimo e misericordioso.
8 A verdade é que sentimos o seu ideal humilhado em cada homem que tomba e em cada coração materno que chora. Sim, a palavra de Célia está cheia de sabedoria. A data de hoje recorda as sombras das oliveiras de Jerusalém e o mundo também está em pesadas sombras: lembra os discípulos mais amados que dormiram enquanto o Mestre orava e chorava, e os homens da ideia religiosa parecem agora dormir um sono mais profundo. Rememora as exprobrações e as lágrimas do Cristo, e a atualidade é bem aquele quadro em que a sua palavra sagrada e profunda repetia as lamentações de Jeremias, ante o desregramento da imensa Jerusalém humana. Célia diz bem: “Jesus continua suando sangue e derramando lágrimas de dor em Getsêmani”. Lembremo-nos dele, filhos, e ao fazê-lo abracemo-nos ainda mais no amor que nos reúne. Unamo-nos na fé, meditando nas luzes do imenso porvir que nos aguarda, no caminho da vida imortal.
9 Sinto-me feliz, como sempre, e como você está fazendo atualmente, meu caro filho, mergulho também o espírito no estudo do Cristianismo e, não obstante a ausência da carne, sinto que é indispensável a mobilização de minhas energias na renovação do meu aprendizado espiritual.
10 Boa noite, filhinhos! Deus permaneça com vocês todos. Esse é o voto de sempre do meu coração e a rogativa continuada que faz ao Plano superior por todos vocês,
o Papai.