12|10| 1938
1 Meus filhos, Deus abençoe a vocês, concedendo-lhes muita tranquilidade. Venho para a nossa pequena palestra habitual, rogando aos espíritos superiores pela paz de todos os nossos.
2 Aqui a minha tarefa maior tem sido esta, a de laborar pelo bem de quantos se ligaram aos nossos corações pelos mais santos laços da afinidade espiritual. Um pai deve continuar o seu esforço sagrado além das próprias circunstâncias da morte e é por esta razão que não descanso em os observando na luta. Luta, aliás, sumamente agradável ao meu íntimo cheio de saudade e de afeição. Lamento que as filhinhas não compreendam o nosso esforço conjunto, mas creio no tempo como creio na misericórdia infinita do nosso Pai de Infinita Bondade.
3 Enquanto trabalho, vou igualmente idealizando os meus planos do porvir, pois não abandonei a minha ideia de escrever algo para as crianças na minha nova vida. Deus me concederá esta alegria nos futuros dias que hão de vir. Se falei à infância desenvolvendo-lhe o raciocínio, sinto-me agora no dever de falar-lhe um pouco ao coração.
4 De nossos assuntos familiares, acredito que todos eles seguem no quadro da paz relativa do orbe terrestre.
5 Nas férias, receitaremos de novo para o Roberto. À força de prescrições reiteradas, ele irá consolidando as suas energias para a vida da mocidade e da maioridade. A Wanda vai bem, sendo conveniente a continuidade dos elementos medicamentosos em uso.
6 A sua carta para a casa, meu filho, foi bem inspirada. Melhor seria que ela fosse um ramo de oliveira para a paz geral, mas já que isso ainda não é possível esperemos em Deus, mobilizando as nossas forças de sinceridade, de carinho e de amor. Tempo virá em que uma interpretação melhor substituirá em nossa casa os resquícios dolorosos do passado espiritual e que dormem no fundo dos corações como carvões depois dos incêndios. E precisamos observar que o incêndio das paixões são os mais devastadores. O pretérito dorme em cada um de nós com energias ameaçadoras e imperiosas. O mais necessário é conhecimento espiritual, a fim de conseguirmos controlar o nosso mundo interior, sabendo o que desejamos em benefício de nossa própria edificação. De minha parte, tudo hei de fazer constantemente pelo bem de todos.
7 A Maria deve continuar com as suas disposições íntimas de sempre, pautando os seus pensamentos na fraternidade e no carinho que lhe conheço. Sobre os remédios de ambos, prossigam no uso metódico de sempre, salientando que a Maria não deve se esquecer dos elementos que lhe foram receitados, de modo a beneficiar-lhe o mais possível na solução dos problemas da circulação.
8 Deus os abençoe, concedendo-lhes muita paz de espírito. E implorando de Sua bondade infinita a bênção dulcificante para os netos, deixa-lhes um abraço muito afetuoso, o papai,
A. Joviano