12|03|1944
1 Meus filhos, que Deus abençoe a vocês, conferindo-lhes a boa paz que nasce das lutas bem vividas, como a água pura emanada pela montanha, entre as rochas, porque há descanso e há bom descanso, como existem vida transitória como curso do aprendizado e vida eterna demonstrando valores positivos e definitivos no Universo.
2 O quadro de combate espiritual na Terra, meu caro Rômulo, é assim mesmo - anualmente, durante umas tantas oportunidades, tem você ocasião de verificar o “tempero” dos ambientes, especificando vantagens e realizações.
3 Nesse teatro dos interesses humanos mais imediatos, certamente encontramos os aspectos mais respeitáveis, no entanto, a intensidade de fluidos e ideias-forças oriundas do clima espiritual que lhe é próprio - impedem, como é natural, a dilatação dos olhos da alma, estabelecendo conflitos muito sérios na observação, na visão, na interpretação e nos sentimentos. É natural. 4 Estamos hoje, vocês e muitos de nós aqui, no “vale da decisão”. Não queremos descer ao abismo dos centros do vale, mas também não podemos escalar a montanha de um salto. Caminhamos subindo, sem dúvida, mas a jornada não pode ser rápida. Há problemas graves por considerar. No vale, estivemos durante muitos séculos, conhecemos-lhe as minudências, estudamos, desde muito, o seu comportamento nas estações do tempo. 5 A montanha, porém, é uma incógnita. Figura-se-nos sozinha, desabitada, dura e terrível, mas é no seu cume que descortinaremos a passagem para os continentes eternos. E o vale para as nossas aspirações não serve mais. Cansamo-nos de observar-lhe os vaivens e as repetições sem utilidade fundamental. Temos visto as flores nascerem e renascerem para defrontar a transformação da morte. Vestimo-nos com diversas roupagens que se rompem, sistematicamente. Deu-nos o vale o que possuía — ele é santo, divino, venerável… 6 Entretanto, “alguém nos chama de algum lugar”. É preciso atender, dilatar, conhecer mais e melhor. A jornada, porém, começa numa subida longa e porque a montanha é desconhecida necessitamos exercitar as faculdades de caminheiros. É imprescindível trabalhar o bordão forte, estudar o mapa do monte, conhecer-lhe as variações climatéricas e, como não chegamos ainda às regiões incorpóreas, precisamos atentar nas provisões de alimento para o corpo necessitado… Esta, a nossa fase. 7 Estamos caminhando e subindo, mas aprendendo e observando com muita atenção, porque não desejamos regressar donde viemos e as vozes do vale são muitas e diferentes entre si. Compreende, pois, os choques quase imperceptíveis que assediam a sua mente nesses ensejos e demonstrações? É o coração cheio dos apelos do Alto, lutando com o cérebro obrigado a ouvir os sons dos planos que vão ficando atrás. 8 Mas ambos têm razão: o cérebro e o coração. Sentimento que não vibra é potência que dorme imanifesta, raciocínio que não observa, nem escuta, é posto desguarnecido de vigilância. Desse modo, caminhemos assim mesmo, organizando e reorganizando sempre, até que a montanha nos entregue, em seu cimo, os mapas novos sobre os quais encontraremos definitiva segurança.
9 Vocês voltaram um tanto resfriados. A meu parecer, podem todos usar os medicamentos amigos.
10 Você, Wanda, é a que se encontra mais necessitada de medicação. Creio, minha neta, que você deve alimentar-se convenientemente. Não tema a “gordura”. Usará o Fitofocus, que é bom amigo e previne contra qualquer manifestação de obesidade. O organismo, na fase de desenvolvimento em que você se encontra, precisa muitas reservas para não ser desfalcado o “armazém do cálcio”. É indispensável projetar vitaminas nas fábricas das células, as infatigáveis trabalhadoras. Não se negue, pois, a essa cooperação justa. Sei que você não tem esse propósito, nem se dedica a essas “artes de emagrecer” que correm o mundo, mas lá vem uma hora em que o seu pensamento reage contra certas disposições da natureza e quando os resfriados batem à porta encontram a “casa orgânica” um tanto ao desabrigo. Não precisa ter medo de peso. Pode alimentar-se bem e garantir a sua saúde. Depois da homeopatia já indicada, use o Fixocálcio com o Cloreto de Cálcio. O primeiro fixará melhormente o segundo no organismo. E não deixe também o método da água fluidificada. Você me atenderá à mesa alimentando-se bem e eu atenderei a você na água, trabalhando contra qualquer sintoma dos que você teme. E havemos de acertar.
11 Tenho procurado auxiliar ao Roberto nas lutas de cada dia, na pauta das tarefas que o Senhor nos reservou.
12 Quanto a você, Maria, é bem lembrada a medicação contra a gripe. Pode usá-la sem receio. Que Deus, minha filha, a auxilie e ilumine sempre. Agora, meus filhos, o meu boa noite, desejando-lhes muita saúde e paz. Com um afetuoso abraço, sou o papai muito amigo,
A. Joviano