06|10|1943
1 Meus caros filhos, que Deus abençoe a vocês, concedendo-lhes muita paz aos corações e ao lar.
2 Cumprimentos a ambos pela melhora orgânica. Você, Maria, andou muito bem inspirada, demorando-se alguns dias no Rio. Excelente medida para a saúde. Seu organismo estava necessitando, embora não desse a perceber. Graças a Deus, está novamente em forma para a continuidade de nossas lutas edificantes. Muito bem, minha filha. Agora recomendo-lhe o Gelseminum e o Eupat orium, amanhã e depois de amanhã, de hora em hora. É para o resfriado que começa e que espero seja afugentado com a presteza de desejar.
3 Quanto a você, Rômulo, felizmente assinalo-lhe as melhoras gerais, com imensa satisfação. Você entrou em novo tratamento de passes, com grande êxito. Que Deus nos ajude a vê-lo cada vez mais forte!
4 O ligeiro estudo da Bíblia, que vocês fizeram antes da reunião, nos fez muito bem. Essas páginas são tesouros espirituais que o papel do mundo oculta. E tenho prazer em afirmar a vocês que o método da leitura não é também novidade para nós.
5 Há algum tempo, fui convidado a uma reunião de grande vulto, onde um nobre instrutor viria orientar-me. Quero dizer-lhes, porém, que o mentor figurou o Novo Testamento como maravilhoso edifício, cujas torres atravessavam a extensão dos céus. Primeiramente, vimos a imagem por ele mentalizada, a pleno espaço. O palácio apresentava todas as características de templo, lar e oficina, ao mesmo tempo. Estou esforçando-me para transmitir uma ideia do quadro. Em seguida, divisamos, para acesso ao edifício, um luminoso átrio. O castelo, contudo, estava cercado de territórios extensos, profundamente extensos, a se perderem de vista. Matas sombrias, grandes expressões de continentes inexplorados… 6 A paisagem era prodigiosa, quando ouvimo-lo demonstrar que o edifício significava o Evangelho, o átrio, os provérbios de Salomão e os territórios extensos, as sendas vastíssimas das experiências humanas, simbolizando caminhos dos profetas, representando, então, os trabalhadores diversos. Eis por que a humanidade experimenta atualmente o uso de chaves divinas como os servos antigos não possuíam. Podemos alcançar o átrio e penetrar o edifício, disse-nos o instrutor generoso, mas não podemos fugir ao serviço da experiência. 7 Por esta razão, a leitura sagrada nos dias de hoje é mais acréscimo de misericórdia que expressão de trabalho, propriamente dita, porque os profetas ainda não haviam recebido no mundo a Estrela do Natal e nem a visão da Jerusalém libertada — princípio e fim do Novo Testamento —, lutando com as tremendas dificuldades que os seus escritos evidenciam. Subamos, pois, ao edifício da Nova Mensagem para que nosso esforço nas “terras extensas” se faça mais profícuo. Para mim constituiu o fato uma providência de utilidade inconteste, apesar de reconhecer minha incapacidade para exprimir toda a ocorrência, bem como a profundeza do ensino.
8 Continuo a esforçar-me pela tranquilidade dos netos. E agora, meus filhos, muito satisfeito por revê-los juntos, abraça-os, afetuosamente, o papai muito amigo,
A. Joviano