23|09|1943
1 Meu caro Rômulo, que Deus abençoe o seu coração, renovando-lhe forças para as lutas necessárias.
2 Venho trazer a você, meu filho, minhas felicitações e agradecimentos de pai. Felicitações pela melhora obtida e agradecimentos pela confortadora visita que fez, em particular, à sua mãe e Marcelina. Segui em sua companhia, alegrando-me o seu contentamento e rejubilando-me com o seu ganho físico. Algumas horas com o mar resolvem muitos problemas. Ali, como que, o reservatório de forças regeneradoras é mais acessível, mais precioso, mais belo. Parece-me que o ar atende aos pulmões, o mar, ao coração. Naquele infinito de águas, reservas imensas vivem concentradas. Você fez muito bem visitando o celeiro enorme. Não avalia quanto bem se originou para o seu organismo dessa excursão rápida.
3 Estive ao seu lado e junto de Martha, na visita à Marcelina. Intimamente, conversamos pelo “sem fio” do pensamento, analisando aquela “câmara de retificação”. O espetáculo é assombroso pelos trabalhos inúmeros que evidencia. E se você pudesse ver ali os doentes e os enfermeiros invisíveis ao olhar comum, ainda ficaria mais admirado! Torna-se interessante considerar que, nesses lugares, os amigos espirituais de sentinela não podem considerar apenas o doente encamado, que receia perder o corpo. É imprescindível, na maioria das vezes, atender também aos companheiros desencarnados que rodeiam o enfermo, receosos de perder a ambientação nos fluidos carnais. O homem que não se edificou, a princípio, teme a morte física e, depois dela, receia perder o contato com os centros de energias físicas que, quando possível, convertem nas fontes de sensações novas. Esse detalhe dá para que você faça uma ideia do que seja um hospital para o desencarnado esclarecido e integrado no conhecimento das responsabilidades próprias. Lutas muito grandes se desenrolam. Trabalhos imensos convocam servidores de boa vontade e é indispensável agir sempre, sem perda de oportunidades.
4 Maria, igualmente, ganhou muito, entretanto, escrevendo a ela, diga-lhe não se esqueça de medicar-se com os nossos elementos homeopáticos. Fiquei satisfeito vendo-a também alegrando os nossos amigos da Boca do Mato. n Um filho, uma filha são flores do jardim dos pais. Que Jesus conceda a vocês muita alegria e muita tranquilidade!
5 Tenho trabalhado pela estabilidade geral do Roberto e espero em Deus continue ele a se fortalecer física e espiritualmente.
6 A Wanda vem trabalhando ativamente, considerando o próximo fim de ano, e é um prazer para mim compartilhar espiritualmente dos estudos e observações dela.
7 O nosso amigo Humberto de Campos está presente e pede agradeça a vocês pelo aparecimento do “Reportagens”. n Um livro é sempre um trabalho concretizado e quando esse trabalho atende à verdade e ao bem é serviço de Cristo em função de esclarecimento e conforto, amparo e iluminação dos espíritos imortais. E, felizmente, todos os de nosso grupo timbram em não falar ao homem-matéria, mas ao homem-espírito, que vai vencer a morte e transpor os séculos.
8 Agora, meu filho, é indispensável me retire. Continue usando os elementos homeopáticos, que lhe farão grande bem. E enchendo a casa, hoje mais vazia, com os meus pensamentos de amor, endereçados ao seu coração, pede a Deus por sua saúde e bom-ânimo, o velho amigo,
Papai
[1] Nota da organizadora: Rômulo e Maria viajaram ao Rio de Janeiro em visita às famílias. Rômulo regressou sozinho. Maria ficou mais alguns dias na casa dos pais, que residiam em Lins e Vasconcelos-Meier, local então conhecido como Boca do Mato. Quando no Rio, Rômulo foi com Martha, sua irmã, visitar Marcelina, estimada e antiga servidora da família Joviano, que estava hospitalizada.
[2] Nota da organizadora: Refere-se ao livro Reportagens de Além-túmulo, psicografado por Chico Xavier em 1945, e editado pela Federação Espírita Brasileira.