14|07|1943
1 Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês, concedendo-lhes muita saúde, harmonia e paz espiritual.
2 Aqui nos achamos juntos, ouvindo a conversa multimilenária do fogo acariciante e amigo. Há quantos séculos escutamos esse cicio de amor? Não poderíamos responder a nós mesmos! É alguma coisa divina essa labareda no lar, simbolizando a chama perene da fé, que deve acender-se para sempre em nossos corações.
3 Rômulo, meu filho, estive ao seu lado nessa última visita tão interessante para você. Aquelas reflexões de sua parte, suas observações íntimas eram suas e de mais alguém, isto é, daqueles que assistem o nosso atual responsável pelo governo regional. Notou, meu filho, o eco das palavras sem som que lhe ressoavam no coração? Se não fora a defesa espontânea, de natureza espiritual, de que aquele administrador é rodeado, desde muito teria perdido o corpo material. Creia que ali se encontra um organismo doente, depauperado, exausto. A vida tem desses quadros ocultos, mais dolorosos que as paisagens de sofrimento, expostas a público. O Evangelho confere ao nosso espírito a característica de ouvir no íntimo, onde a recepção auditiva do corpo não pode atingir.
4 Aproveitamos bastante com essa viagem. Foi pena que não pudéssemos reagir contra aquele banho que deu ensejo a resfriado geral, de tão grandes proporções. Felizmente, contudo, vai passando, e isto é essencial. Você, ao deitar-se, use o Aconitum — dose mais alta, 10 gotas —, pois no seu caso é melhor que o Allium. A reação natural far-se-á sentir e tudo estará sanado em breve tempo, sendo aconselhável que você continue com os elementos homeopáticos durante o dia. Amanhã, a mesma dose do Aconitum à noite, em se recolhendo. Espero que o suor faça o resto nos seus bons exercícios diários.
5 Tenho acompanhado com muita simpatia o novo trabalho que vocês vão recebendo. n A possibilidade de lançar o assunto constitui motivo à sincera satisfação nossa, porque desde muito nosso grupo em geral vem trabalhando para que isto sucedesse. O nosso interesse não é apenas o de narrar, porque a descrição pode, às vezes, organizar espetáculos somente, mas, sobretudo, revelar certas noções de responsabilidade pessoal muito importantes para quem esteja ainda na Terra. 6 O homem não deve apenas viver como homem, mas, acima de tudo, como Espírito, em local de trabalho ativo. Permita Deus que se possa levar a bom termo a empresa em curso. Para isto muitos de nós estamos cooperando, cheios de alegria, como acontece a vocês. São notas e observações muito interessantes, por darem conta, de algum modo, dos novos sistemas de organização. Temos, cada um de nós, lembrado certas providências ao autor, tanto que há projetos de se alongar o serviço e eu não me esqueci de cooperar com algumas anotações, relativamente às escolas, porque o espírito de escola aqui ainda é maior que a pedagogia terrestre poderia oferecer. 7 E não falo aqui de pedagogia referente à infância terrestre, mas à pedagogia da existência humana em si mesma, no curso de cada século. Esperemos que o trabalho se revista de todos esses caracteres úteis. Para nós é de muita importância, porque os nossos maiores da Espiritualidade sublime, se consideram aproveitável o aviso ou a mensagem individual, colocam, acima de tudo, o aviso ou a mensagem de ordem coletiva. Regozijemo-nos, meus filhos. Que o Pai nos ajude e abençoe.
8 Por agora não posso ser mais extenso. Darei, pois, o boa noite, dizendo à Maria que continuo velando pelas nossas crianças, a quem Jesus guardará com o seu infinito amor. E que as bênçãos divinas estejam no coração de vocês, cada vez com mais intensidade, são os votos do papai,
A. Joviano
[1] Nota da organizadora: Refere-se ao início da recepção do livro Nosso Lar, pelo espírito de André Luiz.