“Acolhei o que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões.” — PAULO (Romanos, 14.1)
1 Indubitavelmente, nem sempre a fé acompanha a expansão da cultura, tanto quanto nem sempre a cultura consegue altear-se ao nível da fé.
2 Um cérebro vigoroso pode elevar-se a prodígios de cálculo ou destacar-se nos mais entranhados campos da emoção, portas a dentro dos valores artísticos, sem entender bagatela de resistência moral diante da tentação ou do sofrimento. De análogo modo, um coração fervoroso é suscetível das mais nobres demonstrações de heroísmo perante a dor ou da mais alta reação contra o mal, patenteando manifesta incapacidade para aceitar os imperativos da perquirição ou dos requisitos do progresso.
3 A ciência investiga.
4 A religião crê.
5 Se não é justo que a ciência imponha diretrizes à religião, incompatíveis com as suas necessidades do sentimento, não é razoável que a religião obrigue a ciência à adoção de normas, inconciliáveis com as suas exigências do raciocínio.
6 Equilíbrio ser-nos-á o clima de entendimento, em todos os assuntos que se relacionem à fé e à cultura, ou estaremos sempre ameaçados pelo deserto da descrença ou pelo charco do fanatismo.
7 Auxiliemo-nos mutuamente.
8 Na sementeira da fé, aprendamos a ouvir com serenidade para falar com acerto.
9 Diz o Apóstolo Paulo: “acolhei o que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões.” É que para chegar à cultura, filha do trabalho e da verdade, o homem é naturalmente compelido a indagar, examinar, experimentar e teorizar, mas, para atingir a fé viva, filha da compreensão e do amor, é forçoso servir. 10 E servir é fazer luz.
Emmanuel
[1] O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original e seu conteúdo, com diferença insignificante, foi publicado em 1966 pela FEB e é a 26ª lição do
livro “Entre irmãos de outras terras.”