1 Quando Jesus pronunciou a Sua famosa sentença, constante da parábola dos dois filhos, nas anotações de Mateus: “Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entrarão diante de vós no Reino de Deus”; ( † ) não queria dizer que as nossas irmãs infelizes ou que os negociantes habituados no lucro fácil atingirão sistematicamente a Esfera Superior, antes daqueles que se dedicam aos trabalhos da fé.
2 Recordemos, sobretudo, que o Senhor se reporta aos companheiros petrificados na rebeldia que, mesmo depois do convite à posse da luz permanecem medraços e perversos no domínio das sombras, no qual respiram em deplorável retaguarda, expargindo as culpas que adquirem perante a vida.
3 Por irmãos dessa classe encontramos todos aqueles que devidamente informados pelos avisos da Religião, quanto aos deveres da solidariedade, vivem acomodados com a egolatria e com a dureza de coração, muito embora desfrutem do ensinamento religioso, caminho aberto à aquisição da própria felicidade.
4 É justo se lhes reclame os elevados testemunhos de lealdade a Deus, no amor ao próximo ignorante e necessitado, pelas prerrogativas que o Céu lhes conferiu, sendo assim, natural venham a suportar os resultados da irreflexão e da delinquência a que se entregam, toda vez que exalçam o egoísmo e o orgulho, a vaidade e a preguiça, diante da multidão que lhes roga socorro e entendimento.
5 Muito compreensível, portanto, que as mulheres desditosas e os homens de negócios, mergulhados na cobiça, por ignorância e infelicidade, quando despertos para ao serviço do bem, avancem, destemerosos, na direção dos Cimos, porque a extensão da falta corresponde à responsabilidade de cada um, e, há muita diferença entre quem chora e aqueles que fabricam as lágrimas nos olhos alheios, abusando das faculdades nobres que o Senhor lhes confia, com o que suscitam a penúria de muitos, demorando-se por tempo indeterminado no escuro desfiladeiro das grandes reparações.
Emmanuel