O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Sementeira de paz — Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio) e outros


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Cada qual de nós tem um campo a semear

06/08/1947


1 Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês, concedendo-lhes muita paz e saúde, alegria e bom-ânimo, no campo de lutas purificadoras.

2 Cada qual de nós tem um campo a semear. E com o auxílio divino nossas sementes já passaram pelo serviço seletivo. Sabemos o que desejamos. Alargamos a visão para tratar de nosso futuro sublime e, nessa abençoada tarefa, situamos nosso esforço e nossa fé.

3 Quarta-feira última, efetivamente, não me foi possível acompanhar o culto doméstico. O pequeno Carlos Oswaldo exigia, de fato, um companheiro mais atento. A dilaceração do tecido, pela tentativa de extração do berne, foi um tanto desastrosa. O processo inflamatório era intensivo e mesmo que o doentinho pudesse ficar mais tempo com vocês teríamos de estudar um recurso de reconduzi-lo ao Rio para tratamento necessário. Não era problema assim tão grave, mas que no fundo reclamava assistência dos pais e enfermagem mais adequada ao organismo do nosso estimado enfermo. Felizmente, a viagem não foi má e cumprimos o nosso desejo.

4 Quanto ao Fausto, meu caro Rômulo, vamos indo mais encorajados. As imersões na água fria quando a situação se lhe fazia menos suportável, em face do calor procedente da urticária maligna, fizeram-lhe grande mal. As manifestações reumáticas foram invocadas com violência. Mas o tratamento geral é assim mesmo. Com reduzidas armas para se defender, em seu reduto, as surpresas da enfermidade reclamam dele energias dilatadas. Peço ao Médico divino o restabeleça e, muito satisfeito com a sua colaboração fraterna, espero que o melhor proveito se faça para ele e nós, que lhe desejamos completo equilíbrio. Há ocasiões em que os pais desencarnados sentem grandes obstáculos para atuarem ao lado dos filhos. Os anos de ausência psíquica imprimem modificações profundas. Para quem ama, essas dificuldades não existem. Todavia, gastam tempo para se desfazer. Cooperemos e esperemos.

5 Por vezes, notará você, meu filho, um quase alheiamento de meu espírito, em nos referindo aos nossos laços fortes no mundo. Isso, porém, é superficial. Todos os que deixei aí vivem no meu espírito, no meu interesse ardente, mas, francamente, como fazer-me sentir? Não disponho com eles do capital de compreensão que vocês me oferecem e sobre o qual posso sacar à vontade!

6 Quando voltamos para cá, procurando mais luz, esbarramos com um enigma. Não podemos agir no impulso afetivo, de modo mais amplo, quase absoluto, tal qual na Terra. Aí tínhamos nosso olhar limitado pelo desconhecimento quase total das causas sagradas que nos reúnem perante as leis que nos regem os destinos. Aqui, entretanto, sempre que desejamos galgar o monte da elevação sublime o conhecimento e a responsabilidade nos cercam por todos os lados. Como agir agora? É invariavelmente difícil se não temos o que vocês me proporcionam – a base do entendimento.

7 Quando tratamos aqui das verdades eternas, dos deveres maiores, das obrigações edificantes, das esperanças que nos movem, dos ideais superiores, nenhum de vocês experimenta estranheza. O serviço de cada dia no terreno da boa vontade nos espiritualiza as relações. Sentimos alegria em ser notificados para o cumprimento de um dever, rejubilamo-nos com a felicidade dos nossos amigos e se uma sombra, por vezes, nos acena de longe, é a da tristeza por não podermos dar tudo quanto poderíamos dar agora, no campo do espírito, aos que amamos. Isso, meus filhos, é fruto do trabalhinho de cada dia e de cada noite, de cada impulso educado, de cada palestra que ilumina, esclarece e santifica.

8 Sobre tais esforços, temos assentado a máquina de nosso intercâmbio. Como veem, é máquina de peças delicadas, impossível de improvisar-se. Acionando-a, parece, por vezes, que estamos alheios aos outros, mas a realidade é que os outros talvez ainda não encontrem prazer no sítio onde plantamos o nosso júbilo. Em face disso, é melhor esperar com amor e cooperar em silêncio.

9 Não fazemos privilégios. Estamos apenas utilizando recursos que vocês nos trazem. Não é nosso propósito fazer comparações tais, no entanto, recordemos que todos os beneficiados do Evangelho traziam para Jesus o que possuíam em suas almas, no capítulo da confiança superior. O Mestre valia-se dos elementos que lhe eram apresentados pelos próprios candidatos à sua divina intervenção.

10 A vida terrestre não pode deslizar de outro modo. O carro de nossa experiência passará invariavelmente sobre o leito da estrada que estivermos organizando. Onde houver trilhos adequados as rodas ganharão distâncias imensas sem óbices a vencer. Continuemos, contudo, fortes no amparo recíproco. É para o bom entendimento que todos nós estamos trabalhando.

11 Estou examinando, meu filho, com o nosso clínico espiritual, um remédio homeopata que auxilie seus olhos. Esperemos passar a sua fase intensiva de trabalho nestes dias. Depois trarei a receita, quando observar que você já pode usá-la sem sacrifícios. É colaboração para o órgão visual, sem ser medicação propriamente dita. Entre medicina preventiva e pronto-socorro há sempre diferenças enormes a considerar.

12 Desejo-lhes muito bom-ânimo na boa luta da Terra. Que o nosso Mestre divino estenda sobre todos vocês as suas bênçãos de amor e paz, a fim de que estejam tranquilos e bem dispostos em qualquer parte, são os votos ardentes do papai que lhes deixa afetuoso abraço,


A. Joviano


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