O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Sementeira de paz — Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio) e outros


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O altar doméstico

21/05/1947


1 Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês, conferindo-lhes muita saúde e paz.

2 Rejubilo-me sentindo-os novamente reunidos no santuário doméstico, partilhando as bênçãos da tranquilidade familiar. Ainda ontem aqui estive, no culto de vocês, e acompanhei o nosso amigo em sua demonstração de amor fraterno.

3 Senti-me feliz com o material de interpretação que recolheram. O altar doméstico é, sem dúvida, o maior receptáculo da luz divina. As lutas pequeninas das horas são júbilos para o espírito, como portadoras que são, de mais brilho, nos vasos do templo. Que Deus abençoe sempre a vocês, multiplicando alegrias em torno de seus passos. E estejam certos de que continuaremos, através do tempo e do espaço, a nossa bendita semeadura de amor. Os valores do espírito, como o próprio espírito, são eternos.

4 Felicito a você, Wanda, pelo êxito da viagem. n Muita vez estive ao seu lado, apreciando as situações e as paisagens. Como você observou, minha filha, os problemas e organizações de ordem material são os mesmos, embora os povos se façam diferentes. As árvores do Rio Grande prosseguem deitando raízes pelo Uruguai adentro.

5 A natureza física em si mesma é acervo de substâncias idênticas. E no fundo, examinando desapaixonadamente o quadro, reconhecemos que os imperativos espirituais das nações perante o Cristianismo se identificam igualmente.

6 Sempre a necessidade de Jesus nos corações, as perspectivas de um futuro sublime com ele e as ameaças de decadência sem a sua influência divina. E o que nos assombra é a paciência do Senhor aguardando-nos no caminho. Por mais que pudéssemos raciocinar sobre isso, jamais chegaríamos à compreensão de sua grandeza em nosso presente estado evolutivo. Estou satisfeito por você haver começado e terminado tão bem o roteiro traçado, embora as modificações impostas ao mapa inicial.

7 Quanto a você, Maria, sentimo-nos todos contentes, em face de sua permanência com os que, no Rio, nos são queridos aos corações. Para o nosso amigo General Aurélio, a sua visita foi um acréscimo de forças, pelo incentivo que a sua atuação afetuosa consegue infundir-lhe ao espírito e para o Roberto sua cooperação representou um remédio salutar e oportuno.

8 Sua saúde ganhou muito e foi proveitosa a sua observação do fenômeno bucal, a fim de reconhecer que o problema não se radica à circulação. Já conversei com o nosso clínico amigo que me esclareceu tratar-se de uma deficiência muito pronunciada da vitamina C – embora o uso do Cantana esteja sendo observado – deficiência essa que se alia ao capítulo dos dentes, que devem continuar sob as vistas do odontólogo amigo, como se faz necessário.

9 Quando sobrevém pequena indisposição do fígado em suas atividades naturais, a situação se complica e a intoxicação surge à tona com mais força. O nosso amigo é de opinião que você use o Clorascorbs – aliado ao Cantana – para melhorar o suprimento vitamínico, e o Neo-Gorgesan para bochechar, como elemento de colaboração com o dentista. Se isso não bastar, então voltaremos a novas diretrizes nesse particular. Relativamente ao fígado, não convém traçarmos regimes de alimentação. É suficiente evitar os molhos muito excitantes e observar o mínimo de carne de porco e ovos, durante algum tempo. Nada mais. Sempre que possível, verduras frescas. A verdura auxiliará muito no reajustamento orgânico a que estamos nos reportando. Fique tranquila e vamos cuidar da questão com o otimismo e confiança em Jesus.

10 Rômulo, acompanhei a visita do pequeno-velho filósofo até vocês. Francamente, tive o desejo de ser-lhe útil, de alguma sorte. Não sei se ele voltará ao nosso campo de lutas edificantes, mas se isso acontecer, e se ele se colocar numa posição espiritual que mereça um amparo mais forte no setor de trabalho, não posso deixar de pedir as suas simpatias para o caso dessa criança, envolvida, tão cedo, nos meandros de missão tão complexa. Não convém oferecer-lhe coisa alguma, não só considerando os imperativos espirituais que nos regem, mas também a fisionomia humana da situação.

11 Registro o fato e não oculto os desejos que, aliás, são pessoalmente meus, em vista da importância das possibilidades de que ele se faz portador.

12 Não estou autorizado a identificá-lo, mas é companheiro do próprio Rousseau reencarnado, em compromisso de trabalho espiritual de alto porte. Mas você, hoje, sabe tanto quanto nós, que o trabalho dessa natureza depende em vastíssima percentagem do tarefeiro. Não podemos improvisar-lhe o clima cristão para o campo íntimo. Ele teria que se conquistar, centímetro a centímetro, adaptando-se àquele cuja luz é, presentemente, a razão de nossos mais sublimes ideais. Enfim, esperemos o tempo.

13 A Graça Divina descortinou-nos ao serviço horizontes verdadeiramente sem fim e em todos os lados para os quais nos voltemos encontramos o trabalho a fazer, de mil modos e com mil sugestões diversas em cada dia. Que Jesus nos fortaleça para o desempenho de todos os deveres conferidos aos nossos corações é o que peço ao Alto, em minhas preces sinceras. Despeço-me, agora, desejando-lhes, como sempre, os meus afetos do coração. Segundo o nosso culto interno, de ontem, atendamos ao governo iluminado da vida. A luz varre as sombras da estrada, a condução da luta garante a harmonia. Que a bênção da paz divina santifique o esforço de vocês em todas as horas da vida, são os votos do papai muito amigo de sempre,


A. Joviano



[1] Nota da organizadora: vovô faz referência à minha viagem até o Uruguai, na companhia dos tios Iacy e Oswaldo Benjamim de Azevedo.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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