O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Sementeira de paz — Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio) e outros


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A mensagem de Carlos

15/05/1946


1 Meus caros filhos, que Deus abençoe a vocês todos, concedendo-lhes muita saúde e paz espiritual.

2 Tenho a ideia de que a carta última não foi suficiente para dizer a vocês tudo o que eu desejava e é por isso que a retomo na parte em que coloquei o ponto final para prosseguir, com o mesmo reconhecimento e afeição de todos os dias.

3 Estou satisfeito com a possibilidade que nos foi conferida quanto à mensagem de Carlosn Suas páginas fornecem algumas impressões do esforço educativo de nosso campo de readaptação. Problemas diversos afloram aqui e ali, em se tratando de observações espirituais de um jovem. Naturalmente, pergunta-se se muitos deles não teriam sido adultos em experiências anteriores na esfera reencarnacionista. De fato, muitos tiveram semelhante aprendizado. Viveram em outras formas, experimentaram outras lutas, antecedendo a existência em que deixaram a crosta terrena em condição infantil.  4 Todavia, é forçoso observar que milhões de criaturas, não obstante abandonarem o vaso fisiológico em posição de senilidade diante dos homens encarnados, não passam de crianças espirituais, reclamando reeducação e ensino. Até que o ser eterno ganhe madureza de razão, de sentimento e de espiritualidade, no campo da matéria propriamente considerado, muitos séculos escoam-se, muitos corpos se gastam, logicamente.  5 Além disso, na maioria dos casos, a morte do corpo é um choque para a mente desencarnada, como o renascimento é um abalo para a mente reencarnada na Terra. Daí essa necessidade de processos múltiplos no colégio educativo da vida, em círculos variados de preparação, iluminação e serviço. 6 A existência espiritual permanece muito distante das abstrações teológicas. O prazer das Esferas de luz consiste em estender claridade às sombras. Não existe um Céu sem a preocupação de libertar o inferno. Não vivem iluminados e santos para a contemplação exclusiva dos quadros de beleza divina e sim para a disseminação da sabedoria. Nossas escolas aqui, meus filhos, são mais belas e mais ativas, repletas de eficiência e vivacidade.  7 A consagração ao trabalho de esclarecimento é perene manancial de alegrias puras. Isso não quer dizer que vivamos tão só em conjunto com aprendizes preparados e diligentes. Não. Se possuímos a felicidade dos ambientes afins, organizamos igualmente excursões de esforço extensivo da luz a lugares de treva, onde os Espíritos infelizes semeiam maldições. A semeadura divina é cada vez mais nobre, mais elevada. 8 Examinando a atividade de nossos campos de realização, consideramos que a mensagem de Carlos é valiosa não só ao espírito do irmão, mas a todos os jovens que tiverem sede de luz e esclarecimento. Suas notícias aguçarão a boa curiosidade e talvez que à meditação juvenil em suas palavras escritas provoque mais respeito à vida terrestre e ao dever espiritual de cada um nas lutas e nas organizações do mundo.

9 Agradeço, pois, a vocês o carinho com que receberam o trabalho e espero que Jesus nos abençoe o esforço singelo. O destinatário é efetivamente Dirceu e não Ildeu, como repeti em algumas passagens, por associar ao nome minhas simpatias pessoais. n Na primeira oportunidade retificaremos.

10 Sobre a sua saúde, meu caro Rômulo, felizmente as suas melhoras são bem apreciáveis, contribuindo para elas, com muita eficácia, o serviço de autoaplicação magnética. Em seus momentos de prece, tenho tido oportunidade de colaborar mais decididamente em seu benefício, aproveitando fatores da respiração, quando nos é possível ministrar a você determinados recursos curativos de nossa ação. Prossigamos confiantes. Em face de suas melhoras, o nosso facultativo amigo adiará por mais tempo outras indicações.

11 Quanto ao Roberto, sempre que escreverem para Lavras  †  ajudemo-lo no capítulo do estímulo. É necessário que se consagre valorosamente à “partida do corrente ano” para colocar-se em lugar adequado nas provas finais. Vamos fazendo o que nos é possível, esperando que ele nos dê o que possa. A cooperação entre a assistência espiritual e a realização humana não pode ser esquecida se desejamos o resultado favorável. Estou satisfeito com o esforço dele, mas é preciso vigiar, vigiar, para que a oração dos estudos seja perfeitamente levada a efeito, com harmonia e perfeição. Nesse sentido, conto em que os nossos maiores na Espiritualidade Superior nos concedam a satisfação de vê-lo em ganho de causa, preparando-se à frente do futuro.

12 Deixo-lhes, meus filhos, o meu pensamento afetuoso e reconhecido. Que o Mestre Divino conceda a vocês todos muita tranquilidade, alegria e saúde, a trilogia sobre a qual possam caminhar seguros de si próprios, no desempenho das tarefas que vos foram confiadas e na execução fiel da vontade de Deus.

Boa noite. Desejando-lhes muita paz, abraça-os com muito afeto o papai que não os esquece,


A. Joviano



[1] Nota da organizadora: sobre Carlos não nos foram dados maiores informes. [A. Joviano refere-se à possibilidade que lhe foi conferida de patrocinar o livro “Mensagem do pequeno morto” editado pela FEB em 27-07-1946, trata-se da experiência do menino CARLOS, narrada por ele mesmo, com a gentil colaboração de NEIO LÚCIO]


[2] Nota da organizadora: sobre Dirceu não nos foram dados maiores informes. [Carlos possui um irmão de nome Dirceu a quem redigiu a carta enfeixada no livro supracitado]


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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