Reunião pública de 21-10-1960.
Questão n.º 220 - § 3.º
1 No que se refere aos médiuns abandonados a si próprios, imaginemos vontade nos instrumentos de que se vale o homem na sustentação do progresso.
2 A caneta nobre que se negasse a escrever, com medo de errar, terminaria, decerto, numa carroça de lixo, preterida por algum lápis humilde que prestasse concurso de boa vontade.
3 O automóvel distinto que desertasse do trabalho, com a desculpa de preservar-se contra a lama e a poeira, perderia o devotamento do motorista e seria desarticulado por mãos estranhas.
4 O piano que intentasse desfigurar acordes e melodias afastaria a atenção do musicista, acabando disfarçado em prateleira obscura.
5 O martelo que se impusesse ao operário, revelando o propósito de menosprezar-lhe a cabeça, seria naturalmente largado à própria sorte, para cair talvez sob o domínio de algum criminoso vulgar.
6 Mediunidade é talento divino para edificar o consolo e a instrução entre os homens.
7 Os Espíritos benevolentes e sábios convidam as criaturas para colaborarem com eles na obra de esclarecimento e elevação da Humanidade.
8 Os medianeiros que aderem, renascem no mundo com os característicos da instrumentação ideal.
9 Algumas vezes, no entanto, em plenitude das forças físicas, os tarefeiros do intercâmbio, enganados por transitórias facilidades materiais, recusam-se ao compromisso assumido.
10 Instados pelos instrutores da Vida Maior, durante muito tempo, para que se desincumbam dos seus mandatos, afirmam-se com receio da humilhação e da crítica, ou exploram situações, sequiosos de luxo e poder. 11 Os benfeitores espirituais, por fim, renunciam à insistência construtiva, deixando-os entregues a si mesmos.
12 Então, semelhantes criaturas, que renasceram no corpo terrestre para a função da mediunidade, continuam médiuns, mas só a Lei de Deus sabe como.
Emmanuel