O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Seara dos médiuns — Emmanuel


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Fenômenos

Reunião pública de 24-10-1960.

Questão n.º 94 - § 7.º


1 Ateus diversos pedem fenômenos que os constranjam a crer na evidência do Mundo Espiritual; no entanto, é forçoso convir que, se fenômenos ajudam convicções, não alteram disposições.

2 Nesse sentido, é justo assinalar que o Espírito encarnado sobre a Terra reside transitoriamente num corpo em cuja intimidade se processam transcendentes fenômenos anímicos, que ele, de modo geral, não procura auscultar ou compreender.

3 Para sustentar-se, tem o coração por bomba vigorosa e infatigável, pulsando cerca de setenta a oitenta vezes por minuto, mas levanta-se e age, à custa desse apoio, sem nada perguntar a si mesmo, quanto a isso.

4 Para respirar, usa os pulmões, semelhantes a filtros surpreendentes, com trabalho ininterrupto na oxigenação incessante do sangue; contudo, repara as próprias forças, a cada instante, sem ponderar nos prodígios da hematose.

5 Para pensar, conta com o cérebro, precioso maquinismo articulado por bilhões de células, a se definirem por funções específicas; entretanto, efetua as mais complexas associações de ideia, sem qualquer preocupação pelos mecanismos da mente.

6 Para ver, dispõe do olho, câmara fotográfica em cuja retina trabalham milhões de unidades celulares, com serviço determinado para as horas de luz intensa e para as horas de sombra; no entanto, enxerga espontaneamente, sem meditar nos poderes sublimes da visão.

7 Para escutar, possui o ouvido, notável caixa acústica a estruturar-se em compartimentos diversos, destinados ao registo dos sons, mas ouve sem a menor admiração pelo portento auditivo.

8 Para exprimir-se, traz consigo a laringe por verdadeiro instrumento musical, destinado à produção fisiológica da voz; contudo, expressa-se nas mais diversas línguas sem refletir nas maravilhas da fala.

9 Para onde se volte, a criatura humana encontra fenômenos e mais fenômenos a lhe requisitarem as faculdades de interpretação; no entanto, se ainda não procura apreender a espiritualidade que carreia por dentro de si mesma, como aceitará a espiritualidade que a desafia por fora?

10 Fujamos ao propósito sistemático de provocar fenômenos, com o objetivo de impor ao homem a certeza da sua sobrevivência além da morte, porquanto de fenômenos múltiplos o caminho que ele percorre está cheio.

11 Divulgando o estudo nobre e alicerçando as nossas palavras no exemplo, ajudemo-lo, tanto quanto possível, a simplesmente raciocinar.


Emmanuel


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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