Reunião pública de 30-9-1960.
Questão n.º 254 - § 5.º
1 Alguém, certa feita, indagou de grande filósofo como classificaria o sábio e o ignorante, e o filósofo respondeu afirmando que considerava um e outro como sendo o médico e o doente.
2 No entanto, acrescentamos nós: entre o médico e o doente existe o remédio.
Se o enfermo guarda a receita no bolso e foge à instrução indicada, não adianta o esforço do clínico ou do cirurgião que despendem estudo e tempo para servi-lo.
3 Que a obsessão é moléstia da alma, não há negar.
4 A criatura desvalida de conhecimento superior rende-se, inerme, à influência aviltante, como a planta sem defesa se deixa invadir pela praga destruidora, e surgem os dolorosos enigmas orgânicos que, muitas vezes, culminam com a morte.
5 Dispomos, contudo, na Doutrina Espírita, à luz dos ensinamentos do Cristo, de verdadeira ciência curativa da alma, com recursos próprios à solução de cada processo morboso da mente, removendo o obsessor do obsidiado, como o agente químico ou a intervenção operatória suprimem a enfermidade no enfermo, desde que os interessados se submetam aos impositivos do tratamento.
6 Se conduzes o problema da obsessão com lucidez bastante para compreender as próprias necessidades, não desconheces que a renovação da companhia espiritual inferior, a que te ajustas, depende de tua própria renovação.
7 Ouvirás preleções nobres, situando-te os rumos.
Recolherás, daqui e dali, conselhos justos e precisos.
Encontrarás, em suma, nos princípios espíritas, apontamento certo e exata orientação.
Entretanto, como no caso da receita formulada por médico abnegado e culto, em teu favor, a lição do Evangelho consola e esclarece, encoraja e honra aqueles que a recebem, mas, se não for usada, não adianta.
Emmanuel