Reunião pública de 26-9-1960.
Questão n.º 218.
1 Em qualquer consideração sobre a mediunidade, não te esquives à inspiração, campo aberto a todos nós e no qual todos podemos construir para o bem, assimilando o pensamento da Esfera Superior.
2 Não vale fenômeno sem proveito.
3 Um homem que enxergasse, num vale de cegos, sem diligenciar qualquer auxílio aos irmãos privados da luz, não passaria de uma lente importante, entregue a si mesma.
4 Aquele que conversasse numa província de mudos, fugindo de prestar-lhes concurso na reconquista da fala, assemelhar-se-ia tão somente a uma discoteca ambulante.
5 Quem se locomovesse à vontade, numa terra de paralíticos, negando-lhes apoio para que readquirissem a herança do movimento, seria para eles uma ave rara e anormal, agindo em forma humana.
6 A pessoa que ouvisse, numa ilha de surdos, desertando da cooperação fraterna para que reaprendessem a escutar, seria apenas uma registradora de sons.
7 A criatura que ensinasse lógica e conduta numa colônia de alienados mentais e não procurasse um meio, ainda que simples, de amparar-lhes o retorno à razão, estaria, entre eles, como arquivo de máximas inassimiláveis.
8 Não te asseveres incapaz de servir, porque te falte mais ampla incursão no inabitual,
9 Recurso psíquico, sem função no bem, é igual à inteligência isolada ou ao dinheiro morto, excelentes aglutinantes da vaidade e da sovinice.
10 De toda ocorrência, observa o préstimo.
11 E certos de que o pensamento é onda de força viva que nos coloca em sintonia com os múltiplos reinos do Universo, busquemos a inspiração do bem para o trabalho do bem que nos compete, conscientes de que as maravilhas mediúnicas, sem atividade no bem de todos, podem ser admiráveis motivos a preciosas conversações entre os esbanjadores da palavra, mas, no fundo, são sempre o exclusivismo de alguém, sem utilidade para ninguém.
Emmanuel