Reunião pública de 1-8-1960.
Questão n.º 292 - § 22.º
1 É possível conhecê-los, de perto. Surgem, quase sempre, na categoria de loucos e desmemoriados, entre a negação e a revolta.
2 São criaturas desencarnadas, Espíritos que perderam o corpo físico e, porque se detiveram deliberadamente na ignorância ou na crueldade, não encontram agora senão as próprias recordações para viver e conviver.
3 Encerravam-se na avareza e prosseguem na clausura da sovinice.
4 Abandonavam-se à viciação e transformam-se em vampiros, à procura de quem lhes aceite as sugestões infelizes.
5 Abraçavam a delinquência e sofrem o látego do remorso, nos recessos da própria alma.
6 Confiavam-se à preguiça e carreiam a dor do arrependimento.
7 Zombavam das horas e não sabem o que fazer para que as horas não zombem deles.
8 São tantas as aflições que descobrem nas paisagens atormentadas da mente iludida, que são eles, — homens e mulheres que escarneceram da vida, — os verdadeiros autores de todas as concepções de inferno, além da morte, que hão aparecido no mundo, desde a aurora da razão no campo da Humanidade.
9 Antigamente, a abordagem de semelhantes companheiros era obscura e quase que impraticável.
Hoje, porém, com a mediunidade esclarecida, é fácil aliviá-los e socorrê-los.
10 Podes, assim, vê-los e ouvi-los, nos círculos medianímicos, registando-lhes as narrativas inquietantes e as palavras amargosas; no entanto, ajuda-os com respeito e carinho, como quem socorre amigos extraviados.
11 Não te gabes, porém, de doutriná-los e corrigi-los, porque a Divina Bondade nos permite atendê-los, buscando, com isto, corrigir-nos e doutrinar-nos na Terra e além da Terra, a fim de que saibamos evitar todo erro, enquanto desfrutamos o favor do bom tempo.
Emmanuel