Reunião pública de 6-6-1960.
Questão n.º 200.
1 Anotando a formação mediúnica, comparemo-la aos serviços do solo.
2 A terra desdobra recursos para sustentação do corpo.
3 A mediunidade cria valores para alimento do espírito.
4 A terra, mesmo quando possuída pela floresta brava, produz, de maneira mecânica, se lhe atiramos algumas sementes; contudo, a lavoura, nesse regime, surgirá em condições anômalas.
5 A mata dominante abafará, decerto, as plantas nascituras.
6 Animais comparecem na posição de primitivos donos da gleba, injuriando-lhes as folhas.
7 Vermes destruidores ameaçam-nas, a cada instante.
8 Enxurrada e sombra constante constituem-lhes empeço à vida.
9 Mas se o trato de selva for cultivado contra a invasão de todo elemento estranho e mantido em trabalho, conseguiremos, em breve, o celeiro de pão, seguro e rico.
10 Também a mediunidade, mesmo quando encravada no psiquismo de alguém que paixões subalternas dominam, produz, de maneira mecânica, quando se lhe entrega determinado gênero de ação; contudo, a tarefa, nesse regime, surgirá em condições anômalas.
11 Tendências infelizes abafarão decerto a obra recém-nata.
12 Sentimentos inferiores comparecem, na posição de primitivos senhores da alma, inutilizando-lhe as promessas.
13 Agentes da discórdia ameaçam-na, a cada instante.
14 Lodo moral e perseguição gratuita constituem-lhe empeço à vida.
15 Mas se a personalidade mediúnica for educada contra a invasão de toda sombra de ignorância e mantida em serviço, conseguiremos, em breve, o celeiro de luz, seguro e rico.
16 Não há desenvolvimento mediúnico, para realizações sólidas, sem o aprimoramento da individualidade mediúnica.
17 No caso da terra, o lavrador será mordomo vigilante.
18 No caso da mediunidade, o médium será o zelador incansável de si mesmo.
19 E médium algum se esqueça de que é na terra boa abandonada que a praga e a serpente, o espinheiro e a tiririca proliferam mais e melhor.
Emmanuel