O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Seara dos médiuns — Emmanuel


23

Obsessores

Reunião pública de 21-3-1960.

Questão n.º 249.


1 Obsessor, em sinonímia correta, quer dizer “aquele que importuna”.

2 E “aquele que importuna” é, quase sempre, alguém que nos participou a convivência profunda, no caminho do erro, a voltar-se contra nós, quando estejamos procurando a retificação necessária.

3 No procedimento de semelhante criatura, a antipatia com que nos segue é semelhante ao vinho do aplauso convertido no vinagre da crítica.

4 Daí, a necessidade de paciência constante para que se lhe regenerem as atitudes.


5 Considerando, desse modo, que o presente continua o pretérito, encontramos obsessores reencarnados, na experiência mais íntima.

6 Muitas vezes, estão rotulados com belos nomes.

7 Vestem roupa carnal e chamam-se pai ou mãe, esposo ou esposa, filhos ou companheiros familiares na lareira doméstica.

8 Em algumas ocasiões, surgem para os outros na apresentação de santos, sendo para nós benemerentes verdugos.

9 Sorriem e ajudam na presença de estranhos e, a sós conosco, dilaceram e pisam, atendendo, sem perceberem, ao nosso burilamento.

10 E, na mesma pauta, surpreendemos desafetos desencarnados que nos partilham a faixa mental, induzindo-nos à criminalidade em que ainda persistem.

11 Espreitam-nos a estrada, à feição de cúmplices do mal, inconformados com o nosso anseio de reajuste, recompondo, de mil modos diferentes, as ciladas de sombra em que venhamos a cair, para reabsorver-lhes a ilusão ou a loucura.


12 Recebe, pois, os irmãos do desalinho moral de ontem com espírito de paz e de entendimento.

13 Acusá-los, seria o mesmo que alargar-lhes a ulceração com novos golpes.

14 Crivá-los de reprimendas, expressaria indução lamentável a que se desmereçam ainda mais.

15 Revidar-lhes a crueldade, significaria comprometer-nos em culpas maiores.

16 Condená-los, é o mesmo que amaldiçoar a nós mesmos, de vez que nos acompanham os passos, atraídos pelas nossas imperfeições.

17 Aceita-lhes injúria e remoque, violência e desprezo, de ânimo sereno, silenciando e servindo.

18 Nem brasa de censura, nem fel de reprovação.

19 Obsessores visíveis e invisíveis são nossas próprias obras, espinheiros plantados por nossas mãos.

20 Endereça-lhes, assim, a boa palavra ou o bom pensamento, sempre que preciso, mas não lhes negues paciência e trabalho, amor e sacrifício, porque só a força do exemplo nobre levanta e reedifica, ante o Sol do futuro.


Emmanuel


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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