Reunião pública de 19-2-1960.
Questão n.º 176 - § 8.º
1 Recorres à oração, junto desse ou daquele enfermo, e sofres, quando a restauração parece tardia.
2 Entretanto, reflete na Lei Divina a que todos, obrigatoriamente, nos entrosamos.
3 Isso não quer dizer devamos ignorar o martírio silencioso dos companheiros em calamidade do campo físico.
Para tanto, seria preciso não haver sentimento.
4 Sabemos, sim, quanto dói seguir, noite a noite, a provação dos familiares, em moléstias irreversíveis; 5 conhecemos, de perto, a angústia dos pais que recolhem no coração o suplício dos filhinhos torturados no berço; 6 partilhamos a dor dos que gemem nos hospitais como sentenciados à pena última, e assinalamos o tormento recôndito dos que fitam, inquietos, em doentes amados, os olhos que se embaciam…
7 Observa, porém, o quadro escuro das transgressões humanas que nos rodeiam.
8 Pensa nos crimes perfeitos que injuriam a Terra; 9 na insubmissão dos que se rendem às sugestões do suicídio, prejudicando os planos da Eterna Sabedoria e criando aflitivas expiações para si mesmos; 10 nos processos inconfessáveis dos que usam a inteligência para agravar as necessidades dos semelhantes 11 e na ingratidão dos que convertem o próprio lar em reduto do desespero e da morte…
12 Medita nos torvos compromissos dos que se acumpliciam agora com os domínios do mal, e perceberás que a enfermidade é quase sempre o bem exprimindo reajuste, sustando-nos a queda em delitos maiores.
13 Organizemos, assim, o socorro da oração, junto de todos os que padecem no corpo dilacerado, mas, se a cura demora, jamais nos aflijamos.
14 Seja o leito de linho, de seda, palha ou pedra, a dor é sempre a mesma e a prece, em toda parte, é bênção, reconforto, amparo, luz e vida.
15 Lembremo-nos, no entanto, de que lesões e chagas, frustrações e defeitos, em nossa forma externa, são remédios da alma que nós mesmos pedimos à farmácia de Deus.
Emmanuel