O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Roteiro — Emmanuel


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Experimentação n

1 Sabendo que a força mental é energia atuante e que os pensamentos são recursos objetivos, é imperioso reconhecer que a experimentação nos domínios do psiquismo exige noção de responsabilidade, perante a vida, para que o êxito seja a resposta justa às indagações sinceras.

2 Um lavrador bem avisado investiga o solo, plantando com devoção e confiança. Não se ri do pedregulho. Afasta-o, atencioso. Não ironiza o espinheiro. Remove-o, a benefício da lavoura que lhe é própria. Não goza com o duelo entre os grelos tenros e os vermes destruidores. Combate os insetos devoradores com vigilância e serenidade, defendendo o futuro do bom grão.

3 Não acontece assim, na Terra, com a maioria dos pesquisadores da espiritualidade.

4 A pretexto de se garantirem contra a mistificação, espalham duros obstáculos sobre a gleba moral onde operam com a charrua da observação e, por isso, muitas vezes inutilizam seus próprios instrumentos de trabalho, antes de qualquer resultado.

5 Transformam companheiros em cobaias, exigem dos outros qualidades que eles mesmos não possuem, tratam com deliberado desprezo o pequenino embrião da realidade e acabam, habitualmente, na negação, incapazes de penetrar o templo do espírito.

6 Importa reconhecer que o fruto é sempre a vitória do esforço de equipe. Sem a árvore que o mantém, sem a terra que sustenta a árvore, sem as águas que alimentam o solo e sem as chuvas que regeneram a fonte, jamais ele apareceria.

7 Sem trilhos, não corre a locomotiva.
O avião não prestaria serviço ao homem, sem campo de aterrissagem.

8 As revelações do Céu reclamam base para se fixarem na Terra.

9 Geralmente, quem procura notícias da vida invisível integra-se num círculo de pessoas, com as quais se devota ao cometimento. Quase sempre, no entanto, espera a colaboração alheia, sistematicamente, sem oferecer de si mesmo senão reiteradas reclamações.

10 A natureza, todavia, revela a necessidade de colaboração em suas mais humildes atividades.

11 Um simples bolo pede ingredientes sadios para materializar-se com proveito. Se diminuta porção de veneno aparece ligada à farinha, o conjunto intoxica ao invés de nutrir.

12 Quem deseja inundar-se de claridade espiritual traga consigo o combustível apropriado.

13 Não adquirimos a confiança, usando o sarcasmo, nem compramos a simpatia, distribuindo marteladas, indiscriminadamente.

14 O grande rio é a reunião de córregos pequeninos.
A cidade não se levanta de improviso.

15 Todas as realizações pedem começo com segurança.

16 Um erro quase imperceptível de cálculo pode comprometer a estabilidade de um edifício.

17 A experimentação psíquica, realmente, não caminha com firmeza, sem os alicerces morais da consciência enobrecida.

18 Cada Espírito humano — microcosmo do Universo — irradia e absorve. Emitir a leviandade e a cobiça, o ciúme e o egoísmo, a vaidade e a ferocidade, através da atitude menos digna ou da crítica destruidora, é amontoar trevas em torno dos próprios olhos.

19 Ninguém fará luz dentro da noite, estragando a lâmpada, embora o centro de força continue existindo.

20 Ninguém recolherá água pura num poço terrestre, trazendo à tona o lodo que descansa no fundo.

21 Não se colhe a verdade, na vida, como quem engaiola uma ave na floresta.

22 A verdade é luz. Somente o coração alimentado de amor e o cérebro enriquecido de sabedoria podem refletir-lhe a grandeza.


Emmanuel



[1] [O Livro dos Médiuns, 200-218]


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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